Planalto usa cargos para reaglutinar base e fragilizar grupo de Cunha

Painel

Amor de verão Nas conversas após a derrota do distritão, o grupo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) identificou que a ação do Planalto para reaglutinar a base, com a entrega de cargos aos partidos aliados, fragilizou o até então todo-poderoso presidente da Câmara. Deputados de PP, PR e PTB abandonaram a fidelidade a Cunha e agora têm mais boa vontade com os ministros de Dilma Rousseff. Esses parlamentares se queixam da demora do presidente da Câmara de pautar projetos de seu interesse.

Vai que é sua Cunha responsabilizou Michel Temer pela derrota do distritão, mas os escudeiros do vice dizem que o presidente da Câmara foi “muito autoritário” na condução da votação.

Dominó A bancada da bola no Congresso relatava nesta quarta-feira que a cúpula atual da CBF ficou “perplexa” com a amplitude das acusações da Justiça norte-americana e teme ser atingida.

Correndo atrás Dirigentes de federações discutiam ontem a aceleração das reformas que a entidade prometia realizar. Uma das críticas foi ao poder dado nos contratos da CBF a um número limitado de patrocinadores.

Free… Gilmar Carneiro, ex-presidente do Sindicato dos Bancários, apelou em seu blog para que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto seja liberado para sair da cadeia e visitar o neto que nasceu.

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… vovô “Se os brutos também amam, as pessoas que mantêm a prisão de Vaccari poderiam se sensibilizar”, escreve o sindicalista.

Ensaio Ricardo Pessoa, da UTC, esteve na Procuradoria-Geral da República esta semana para falar com Rodrigo Janot. São depoimentos que antecedem a homologação do acordo de delação. A PGR ainda faz os ajustes pedidos por Teori Zavascki.

Agenda José Eduardo Cardozo (Justiça) se reuniu com Janot no dia 13, quando foi assinado o acordo de delação de Pessoa. Trataram, segundo assessores, da extradição de Henrique Pizzolato.

Sinais 1 Tucanos em São Paulo interpretaram a carta em que o vice-presidente Alberto Goldman diz que o PSDB “não tem projeto de país” como “alerta” a Aécio Neves de que a união da sigla em 2014 não se manterá sozinha, e requer esforço dele.

Sinais 2 A decisão do líder da bancada, Carlos Sampaio (SP), antes fiel aecista, de liberar o voto no distritão à revelia de Aécio seria outro indicador de que a bancada da Câmara se aproxima de Geraldo Alckmin, pré-candidato a presidente em 2018.

Asas O governo decidiu qual será o quarto aeroporto do pacote de concessões: Fortaleza. Recife e Natal perderam a disputa. Deve ser um hub da TAM para a Europa.

Cabe mais um O desenho mais provável para a aliança entre Fernando Haddad e o PDT em 2016 é o partido assumir a Secretaria de Subprefeituras. O indicado seria Luiz Medeiros, superintendente no Ministério do Trabalho.

Sem deserto A PPP da Prefeitura de São Paulo para modernizar o Anhembi já recebeu manifestação de interesse de oito empresas, que devem pedir a habilitação.

Da água… Com apoio de parte da base de Haddad, o vereador Mário Covas Neto (PSDB) conseguiu assinaturas para pedir uma CPI sobre o programa Braços Abertos, de combate ao crack.

… para o vinho A ideia é aproveitar que a CPI da Sabesp –que incomoda o governo Geraldo Alckmin (PSDB)– acaba em junho para tentar instalá-la.

Preferencial O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) vai ocupar ao menos dez agências da Caixa em São Paulo na sexta-feira em protesto contra o ajuste fiscal. O grupo cobra do governo a liberação de recursos para habitação bloqueados.


TIROTEIO

Cunha achava que uma votação só passava pela Câmara se ele deixasse. O não ao distritão mostra que ele não é o dono do Parlamento.

DO DEPUTADO HENRIQUE FONTANA (PT-RS), sobre derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação de pontos da reforma política.


CONTRAPONTO

Ô abre alas, que eu quero passar

O Senado estava reunido em sessão quando o Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade, na tarde desta quarta-feira, que os mandatos majoritários pertencem ao eleito, e não aos partidos. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou a decisão na tribuna, o que desencadeou uma salva de palmas dos senadores –muitos deles interessados em mudar de sigla.
Marta Suplicy (SP), que deixou o PT e teria de enfrentar ação do partido na Justiça Eleitoral, foi cumprimentada pelos colegas. Um deles, mais efusivo, decretou:
–Parabéns, Marta! Você acaba de deflagrar a verdadeira reforma política no país!