Em reunião, Levy cobra do governo respaldo público a ajuste fiscal

Painel

Uma nota só Joaquim Levy (Fazenda) cobrou e o governo decidiu afinar o discurso sobre o ajuste fiscal em reunião na manhã desta segunda-feira. A entrevista coletiva do ministro ao lado de Aloizio Mercadante (Casa Civil) foi uma tentativa de demonstrar “unidade” e passar a mensagem de que o projeto tem o respaldo do Planalto. A equipe econômica vinha recebendo recados de que o mercado confiava nas intenções de Levy, mas desconfiava do aval da área política do governo ao ajuste.

Olho no lance Outra decisão foi focar nos projetos em tramitação no Congresso, já que a avaliação é que, se forem rejeitados ou desfigurados, o ajuste como um todo naufragará. Houve compromisso geral de buscar uma vitória expressiva no Senado.

Remédio Levy voltou a se queixar da gripe e precisou chamar um médico durante reunião de ministros na tarde desta segunda. O chefe da Fazenda mal conseguia falar, segundo um participante.

Respaldo No Planalto, a conclusão geral foi que Lindbergh Farias (PT-RJ) contou com o incentivo de Lula para tentar provocar uma rebelião contra a aprovação do ajuste.

Eu sozinho A avaliação foi a de que o senador petista exagerou no tom, conseguirá poucas adesões em plenário e se queimou com o governo.

Outra fase O fórum que iria discutir a revisão do fator previdenciário está ameaçado. As centrais sindicais perderam o interesse em debater o tema depois que a Câmara aprovou a emenda que flexibiliza as aposentadorias.

Por cima Auxiliares de Dilma Rousseff tentaram agendar reuniões, mas sindicalistas preferem esperar a votação do texto no Senado.

Menos Integrantes da Fazenda se irritaram com Carlos Gabas (Previdência), que disse buscar solução para pôr fim ao fator. Lembram que Dilma foi enfática ao determinar que o tema só seja abordado após um estudo detalhado sobre o impacto da decisão.

Torre de papel Dilma tem em seu gabinete uma pilha de 38 nomeações pendentes para tribunais regionais como TRFs, TREs e TRTs.

Olhai por nós As cúpulas dessas cortes já mandaram recados ao governo pedindo agilidade para suprir a ausência dos magistrados.

Se não tem tu Governadores que estiveram com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL) ficaram animados com avanços em pautas que não dependem de verbas da União.

Vai tu mesmo O paulista Geraldo Alckmin (PSDB) disse a aliados ter recebido sinais de que deve andar projeto que dá autonomia aos governos estaduais para decidir sobre investigação policial.

Tríplice coroa Alckmin e Fernando Haddad (PT) acertaram estratégia para a tramitação da PEC sobre o pagamento de precatórios. Vão pedir que os líderes de PT, PSDB e PMDB assinem o texto para conferir peso político.

Instinto… Na conversa que terão com Eduardo Cunha nesta terça-feira, presidentes de Câmaras municipais apresentarão manifesto pedindo que qualquer alteração nas regras eleitorais não seja válida para 2016.

… de sobrevivência O texto, assinado por Antonio Donato (PT-SP), Jorge Felippe (PMDB-RJ) e mais 11 chefes de Legislativos municipais, diz que um ano é pouco para que os eleitores “absorvam com clareza” as regras.

Sempre cabe… Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, Alberto Youssef comenta divergências entre sua delação e a de Paulo Roberto Costa e afirma que topa acareação com o ex-diretor da Petrobras.

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… mais um Um dos investigadores então desabafa: “Colaboração é um fusca: não cabe todo mundo”.


TIROTEIO

Aécio acusa Dilma de tratar mal a educação, mas se cala sobre o massacre dos professores promovido pelo aliado Beto Richa no Paraná.

DE GLEISI HOFFMANN (PT-PR), senadora, sobre as críticas feitas pelo colega mineiro e presidente do PSDB ao slogan Pátria Educadora, lançado por Dilma.


CONTRAPONTO

São tantas emoções

Primeira-dama de São Paulo, Dona Lu Alckmin participou na sexta-feira passada do lançamento da Campanha do Agasalho, primeiro evento público desde a morte do filho Thomaz, no início de abril.

Emocionada, a mulher de Geraldo Alckmin, que comanda o Fundo Social de Solidariedade do Estado, lembrou histórias da família em sua fala.

O governador, que discursou logo em seguida, fez menção à mulher:

—Só tenho um arrependimento com você!

Com o silêncio e a surpresa da plateia, completou:

—O de não termos casado antes!