Planalto reage a ala do PT contrária a ajuste e acelera nomeações do PMDB
Duas medidas O Planalto reagiu à ala do PT que passou a bombardear o ajuste fiscal e acelerou a entrega de cargos para o PMDB. Aloizio Mercadante (Casa Civil) ligou para Lindbergh Farias (PT-RJ) e avisou que o senador ficará isolado se insistir na campanha contra o pacote. Já a equipe de Michel Temer cobrou de ministros rapidez nas nomeações pedidas pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), relator do projeto da desoneração —considerado crucial para as contas do governo.
Atracado Aliados de Temer acionaram Edinho Araújo (Portos) para cobrar a nomeação do indicado de Picciani para o comando da Companhia Docas do Rio. O ministro avisou que já havia liberado o apadrinhado para o conselho do órgão.
Surpresa! Nos bastidores, os articuladores políticos de Dilma Rousseff admitem que não esperavam o adiamento da votação do projeto da desoneração nem a campanha de petistas contra o pacote econômico.
Com o relator O PMDB aproveitou a deserção de Lindbergh para aumentar a pressão sobre o PT. Em reunião com Joaquim Levy (Fazenda) e Temer, o líder Eunício Oliveira (PMDB-CE) ironizou: “Eu voto com o PT!”.
Procon Depois de votar contra as mudanças no fator previdenciário a pedido do Planalto, o PT da Câmara ficou irritado com o movimento de senadores que pedem que Dilma sancione o item. Alertam que os deputados da base vão se rebelar se a presidente não vetar a medida.
Sobra Paulinho da Força (SD-SP) conseguiu 203 assinaturas de deputados para a emenda que quer proibir a recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria-Geral da República —bem mais que as 171 necessárias para que seja apresentada na Câmara.
Thriller Diante da novela da exumação de José Janene, o presidente da CPI da Petrobras fazia piada ontem no plenário da Câmara: “E aí, tá vivo? Se não souber, me avisa que eu mando descobrir”, dizia Hugo Motta (PMDB-PB).
Na sola Levy resolveu ir a pé do Itamaraty ao Ministério da Fazenda na terça-feira ao saber que manifestantes estavam impedindo a entrada de carros na pasta. Um secretário viu o chefe caminhando pela Esplanada e parou para oferecer uma carona.
De pedra a vidraça A oposição sentiu o golpe do descolamento dos grupos que pedem o impeachment de Dilma, que passaram a atacar também os tucanos.
Dá na mesma A estratégia do PSDB para negar que tenha havido recuo foi adotar a versão de que o pedido de ação penal contra a presidente também tem como objetivo afastá-la do cargo.
Bênção Aécio Neves conversou nesta quinta-feira com Fernando Henrique Cardoso sobre o caminho definido para processar Dilma, e o ex-presidente, avesso ao impeachment, concordou.
Na brasa Kátia Abreu (Agricultura) queria que fosse servido churrasco à delegação chinesa esta semana, mas o Itamaraty alegou que o espaço não era adequado.
Wok A carne de boi e de carneiro foi preparada de outra forma o que frustrou a ministra, que é pecuarista.
Em família Presidente do PSDB paulistano, Milton Flávio incluiu a irmã e uma funcionária do partido no diretório municipal da sigla que será eleito no fim do mês.
Laranjas A ideia, segundo ele, foi guardar vagas para nomes que ainda não foram eleitos. A manobra revoltou rivais, que acusam o dirigente de manipular o pleito.
Visita à Folha Ana Paula Blanco, diretora global de Comunicação para a América Latina do Uber, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Fabio Sabba, diretor de Comunicação no Brasil.
TIROTEIO
Haddad é tão lento para executar suas promessas que as crianças na fila por vagas em creches vão acabar inscritas no ProUni.
DE ALEXANDRE SCHNEIDER, ex-secretário de Educação de São Paulo, sobre o prefeito não ter feito nenhuma das 172 creches com verba federal de seu plano.
CONTRAPONTO
Por um triz
Durante depoimento do ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, à CPI da Petrobras na última quarta-feira, o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), famoso por fazer questionamentos diretos, descontraiu o clima sério da sessão ao começar suas perguntas:
—O senhor consegue fazer um retrato falado do líder dessa organização? Se ele tem quatro dedos, é barbudo?
Arrancando risos dos outros parlamentares, foi interrompido pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ), já acostumado com os ataques ao seu partido na CPI e com os discursos do deputado-delegado:
—Estava indo tão bem hoje…