Dilma chama Temer e agradece por aprovação de ajuste fiscal

Bruno Boghossian

A presidente Dilma Rousseff chamou o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ao Palácio do Planalto nesta quinta-feira (7) e agradeceu ao peemedebista pelo empenho na aprovação do texto principal do primeiro item do pacote de ajuste fiscal do governo –com apenas 25 votos de vantagem.

Segundo interlocutores, Dilma estava “feliz pela vitória” e disse a Temer que seu trabalho foi “fundamental”.

O vice-presidente acompanhou cada passo da votação do texto principal da medida na noite de quarta-feira em seu gabinete, ao lado dos ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Kátia Abreu (Agricultura).

Os três ministros mantiveram contato frequente por telefone com deputados do PMDB e de outros partidos da base aliada para cobrar apoio à aprovação da medida provisória.

Na tarde de quarta-feira, Temer almoçou com deputados do DEM e com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Mais tarde, oito dos 22 parlamentares do partido de oposição votaram a favor do ajuste fiscal de Dilma. O vice-presidente também conversou com três deputados do PV, que também aderiram à orientação da base aliada.

Temer e DEM
Michel Temer (PMDB) almoça com deputados do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto (Reprodução: Dep. Claudio Cajado/Facebook)

O resultado magro, de 252 votos a favor do ajuste contra 227, foi atribuído a defecções em partidos como o PP e o PDT.

A equipe de articulação política do governo ficou contrariada com o fato de o PP ter dado apenas 21 de seus 39 votos a favor da medida, apesar de o líder Dudu da Fonte (PP-PE) ter garantido horas antes a Temer empenho na aprovação. Também houve irritação com o PDT, cujo ministro Manoel Dias (Trabalho), se reuniu com a bancada para articular o apoio ao texto, mas deu todos os seus votos contra Dilma.

Ministros do PMDB avaliaram que a votação do ajuste pode ser interpretada como um sinal de que há mais “coesão” no partido, após sucessivas crises na aliança com o PT. Cerca de 80% dos deputados peemedebistas votaram a favor do ajuste –mais que os 60% dos dirigentes que, em 2014, aprovaram a formação da chapa Dilma-Temer na eleição presidencial.