PSDB recua e quer propor ação penal antes de pedir impeachment de Dilma
Recuar as tropas Diante da divisão interna, o PSDB recuou e deve propor ação penal contra Dilma Rousseff pelas pedaladas fiscais antes de enviar ao Congresso o pedido de impeachment. O partido quer representar à Procuradoria-Geral da República na semana que vem. Amparados por parecer do jurista Miguel Reale Jr., os tucanos entendem que a eventual condenação da presidente por crime de responsabilidade abre caminho para impeachment, mesmo por atos praticados no primeiro mandato.
Gaveta? Como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já se manifestou pela impossibilidade de processar Dilma por fatos anteriores ao mandato atual, a nova estratégia tucana tem pouca chance de êxito.
Nocaute Depois de tentativas frustradas, o núcleo político do Planalto insistirá numa agenda positiva para tentar superar a crise política e econômica. Ministros avaliam que Dilma está emparedada por ataques diários.
Propaganda Uma ideia é fazer campanha robusta de divulgação do pacote de concessões. Dilma se reúne nesta quarta-feira com a equipe de infraestrutura para afinar detalhes do programa, que deve ser lançado ainda em maio.
Vida ou morte Ministros que estiveram com a bancada do PT nesta terça-feira diziam que o governo não suportaria a derrubada do ajuste fiscal e que seria um “desastre” se sofresse essa derrota.
Nua e crua Depois que a bancada aceitou apoiar o ajuste, um colega lamentou com Vicentinho (PT-SP) o desgaste que sofrerá: “Vou me foder com isso”. Vicentinho anuiu: “Eu também! Fui presidente da CUT!”.
Eminência Ministros e deputados atribuíram o convencimento dos deputados à presença de Giles Azevedo, assessor especial de Dilma. “Onde ele está, a presidente está”, disse um parlamentar.
Queima… A CPI da Petrobras estuda responsabilizar criminalmente a direção da Petrobras pela destruição de gravações das reuniões do conselho de administração.
… de arquivo O presidente Hugo Motta (PMDB-PB) fará reunião secreta na quinta-feira para pedir perícia nos equipamentos da empresa e descobrir se os arquivos foram apagados depois do início das investigações.
Ignorado O Planalto decidiu nomear afilhados de Renan Calheiros (PMDB-AL) “à revelia” para espaços no governo, apesar do discurso público mantido pelo senador contra a partilha de cargos.
Sequestro A equipe de Michel Temer busca um nome ligado a Renan e ao PMDB do Senado para a Anatel, mas a bancada se recusa a avalizar qualquer indicação. “Renan tem que ser levado a contragosto para lugares em que ele gostaria de estar”, ironiza um ministro.
De canto Do deputado Danilo Forte (PMDB-CE) sobre a cobrança feita ao PT pelo apoio ao ajuste fiscal: “O PT sempre nos tratou como coadjuvantes. Apoiamos o ajuste se o PT também apoiar. O PMDB merece o Oscar, mas de ator coadjuvante”.
No ninho Geraldo Alckmin e Marta Suplicy trocaram gentilizas no café que o governador promoveu com a bancada paulista do Congresso. Os lugares na mesa foram mudados para que ela se sentasse entre o tucano e o vice, Márcio França (PSB).
Vem cá O PSDB apresenta nesta quarta requerimento na Comissão de Administração Pública da Câmara paulistana para convidar Fernando Haddad a falar sobre a operação na cracolândia.
Visita à Folha Rubens Menin, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, visitou ontem a Folha. Estava com Renato Ventura, diretor-executivo, Rafael Novellino, diretor, e Ludmila Escobar, assessora de comunicação.
TIROTEIO
Além de equivocado, o ajuste de Dilma é perverso, porque penaliza o trabalhador em um momento de crise e alta no desemprego.
DO DEPUTADO ROBERTO FREIRE (PPS-SP), sobre alteração da MP 665, que eleva o tempo de contribuição necessário para o acesso ao seguro desemprego.
CONTRAPONTO
Você por aqui?
Segundo colocado na disputa pelo governo paulista em 2014, o peemedebista Paulo Skaf foi tomar café no último sábado em uma padaria que frequenta, nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes.
Ao entrar no local, foi reconhecido pelo garçom, que o cumprimentou e perguntou:
–Hoje tem reunião política aqui?
Ao perceber que Skaf não tinha entendido, o atendente apontou para uma das mesas, onde Geraldo Alckmin (PSDB) tomava café com o vereador paulistano Andrea Matarazzo (PSDB). O governador chegou a acenar para Skaf, mas o trio não alongou a conversa.