Governo teme que crise da Lava Jato trave concessões de rodovias

Painel

No acostamento O governo já teme que a série de pedidos de recuperação judicial de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato trave o programa de concessões de rodovias e inviabilize até as obras em andamento. Ministros dizem reservadamente que a capacidade de financiamento das empresas desabou e compromete a conclusão dos trechos atuais. Uma das preocupações é a duplicação da BR-153 pela Galvão Engenharia. Integrantes do governo avaliam repassar a concessão a outra empresa.

Em marcha A Polícia Federal começou a ouvir políticos e testemunhas dos inquéritos da Lava Jato que tramitam no Supremo. Advogados das autoridades já foram procurados e esperam uma nova maratona de depoimentos na semana que vem.

Guardião Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai segurar os projetos aprovados em comissões da Câmara que criam novos gastos para o governo. A ideia é não levá-los a votação a plenário por enquanto.

Sangria Em reunião na semana passada, petistas confidenciaram que têm sido hostilizados quando voltam para suas bases eleitorais nos fins de semana e diagnosticaram que a aversão ao partido vem aparecendo com intensidade até no Nordeste, tradicional base eleitoral da sigla.

Povão O Solidariedade concentrou em estações de trem e metrô da periferia de São Paulo a distribuição de um milhão de jornais que imprimiu com a manchete “Fora Dilma”. A meta é popularizar o perfil dos manifestantes de 12 de abril.

Mutirão No dia, o partido quer pôr mil voluntários nas ruas para colher assinaturas pedindo o impeachment da presidente, com a ajuda dos movimentos Vem pra Rua, Revoltados Online e MBL.

Ó, céus A Assembleia de Deus tem orientado fiéis a não irem às manifestações do dia 12. Devem orar pelos governantes em vez disso. “Deus tem a solução para todas as coisas”, disse o pastor Lélis Marinho, do conselho político da igreja.

Tá certo Edinho Silva (Comunicação Social) diz não ter lido documento interno da pasta que aponta o uso da tese “nós contra eles” pelos petistas, mas concorda com a crítica. “Minha posição é de que o enfrentamento só interessa para a oposição.”

Swissleaks 1 A CPI do HSBC fará na quinta que vem sua primeira reunião deliberativa para aprovar convocações de políticos e quebras de sigilos bancário e fiscal. Teresinha Maluf, irmã de Paulo Maluf, está na última lista.

Swissleaks 2 A comissão ouvirá o ex-secretário da Receita Everardo Maciel sobre caminhos para recuperar dinheiro ilegal na Suíça. Também pedirá que o órgão comunique reservadamente aos parlamentares os cem nomes que estão sob suspeita.

Fui Com o PP atolado na Operação Lava Jato, o deputado Paulo Maluf (SP) comentou com o colega Jair Bolsonaro (RJ) que estaria pensando em deixar o partido.

Decola? O senador Paulo Paim (PT-RS) disse ao ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) que ainda está refletindo sobre seguir ou não o caminho de Marta Suplicy rumo ao PSB. Os conterrâneos se encontraram em um voo para Porto Alegre, na quarta-feira.

Quem vem? Há mais senadores petistas no radar —Walter Pinheiro (BA) e Delcídio do Amaral (MS)—, mas o PSB avalia que será difícil atrair deputados da sigla. A cassação do mandato de “infiéis” assusta mais a Câmara.

‌De letra Em um ano, o secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, conseguiu se manter no cargo após duas trocas de ministros —Henrique Paim e Cid Gomes. “Se sobreviver a mais uma, pode pedir música no Fantástico”, brincam servidores da pasta.


TIROTEIO

A quantidade de casos de corrupção que será revelada no “Swissleaks” tornará essa a soma de todos os escândalos.

DO SENADOR RANDOLFE RODRIGUES (PSOL-AP), que preside a CPI do HSBC, sobre as suspeitas que recaem sobre contas de brasileiros no banco na Suíça.


CONTRAPONTO

Primeiro da fila

Recém-eleito deputado estadual, Fernando Cury (PPS-SP) visitou em janeiro o recém-nomeado secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro. Foi preparado: levou consigo muitos pedidos e ofícios para a sua região, Botucatu (SP).
Pego de surpresa com tantas demandas, Pesaro tentou ganhar tempo:
—Mas ainda falta tempo para você assumir o cargo, no dia 15 de março…
O deputado tratou de se adiantar:
—Apresentei agora meus pedidos para você já me dar a resposta quando eu assumir, secretário!