Para evitar cassações, partidos buscam ‘moderados’ para conselhos de ética

Painel

Não passarão Preocupados com desdobramentos da Operação Lava Jato no Congresso, líderes dos principais partidos articulam estratégia para evitar uma “perseguição” aos parlamentares nos conselhos de ética da Câmara e do Senado. A ideia é costurar um acordo para que os presidentes dos colegiados tenham um comportamento “ponderado”. O maior temor é que um dos presidentes, ou até um integrante dos conselhos, tente se promover como justiceiro e ensaie uma faxina no Congresso.

Ele não O perfil de Julio Delgado (PSB-MG), que relatou as cassações de José Dirceu e André Vargas, é o exemplo a ser evitado. No passado, o deputado ganhou o apelido de “exterminador de petistas”.

Pede pra… Temendo mais desgastes quando os parlamentares envolvidos na Lava Jato forem oficialmente revelados, um grupo de deputados do PP planeja negociar com a Executiva Nacional uma carta de alforria para deixar o partido.

… sair Jair Bolsonaro (RJ) é um dos que veem a brecha para deixar o PP sem incorrer na infidelidade partidária.

Vai com fé 1 A Frente Parlamentar Evangélica na Câmara deve reeleger João Campos (PSDB-GO) como líder. O deputado planeja um seminário nacional “de formação política para o segmento” em Brasília. A meta é engajar de prefeitos a senadores.

Vai com fé 2 A prioridade da bancada será a aprovação do Estatuto da Família, “que busca consagrar o conceito natural de família” contra o “ativismo do judiciário”, e a PEC 99, que concede a entidades religiosas o poder de propor ação direta de inconstitucionalidade ao Supremo.

Alto lá Caciques do Congresso já deram recados ao Palácio do Planalto de que “não há clima” para a aprovação de uma nova CPMF. Os parlamentares estão convencidos de que o Ministério da Fazenda engavetou o assunto —ao menos por enquanto.

Foi ele Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz que a substituição de Moreira Franco por Eliseu Padilha na Aviação Civil foi uma “escolha pessoal” de Michel Temer.

De bem “Todo mundo fala que estou brigado com todo mundo. Não me parece que Dilma vai me ouvir para derrubar ministro…”, diz.

Ciscando… A indicação de Floriano Pesaro para o secretariado de Geraldo Alckmin contou com a simpatia de Fernando Henrique Cardoso. Auxiliares do governador viram na escolha um aceno do paulista ao ex-presidente, que foi o principal fiador da candidatura de Aécio Neves nas eleições de outubro.

… para dentro A leva de deputados convidados para o primeiro escalão de Alckmin também abrirá espaço para que o serrista Mendes Thame, secretário-geral do partido, retome sua cadeira na Câmara. O tucano é o primeiro suplente da coligação.

Com quem andas Futuro ministro da Defesa, Jaques Wagner tem boas relações com as Forças Armadas, segundo interlocutores do PT. O governador baiano estudou no Colégio Militar do Rio em sua juventude. Alguns de seus colegas são hoje oficiais de altas patentes.

Na crista Na mensagem de despedida da Prefeitura de São Paulo, Gabriel Medina fez piada com o xará surfista: disse que estava indo “pegar outras ondas” ao partir para Brasília, onde será secretário nacional da Juventude.

Pela… Celso Kamura faz planos para o penteado que Dilma usará na posse. Por ele, a presidente deixaria o cabelo crescer. Mas o “hair stylist” não sabe se a petista resistirá a aparar as madeixas para o “grande dia”.

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… raiz Kamura acha que a filha de Dilma, “muito simples”, precisa de um penteado jovem. Assim, diz, “a mãe ficará mais jovem por tabela”.


 

TIROTEIO

Anos atrás, dizia-se que governar era construir estradas. Hoje, com Haddad,  virou sinônimo de pintar ruas. E só.

DO VEREADOR ANDREA MATARAZZO (PSDB-SP), sobre as faixas de ônibus  e as ciclovias implantadas durante a gestão Fernando Haddad (PT).


 

CONTRAPONTO

Vida cão

Em 1998, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) participava de uma manifestação de aposentados quando foi atacado por um cão da Polícia Militar. O petista saiu ileso, mas sua calça não poderia dizer o mesmo: a perna esquerda foi rasgada de cima a baixo. Então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) se compadeceu com o colega.
—Que coisa terrível! Vou lhe dar um corte de tecido. Acho que não foi adequado o que o cachorro fez… —disse ACM no dia seguinte ao incidente.
O petista agradeceu e, assim que o presente chegou, encomendou um novo terno.