Sondado por ministros, Temer articula apoio do PT à candidatura de Cunha

Painel

Terapia de casal Sondado por ministros de Dilma Rousseff, o vice Michel Temer começou a articular um acordo entre PT e PMDB para evitar uma disputa pelo comando da Câmara. A negociação prevê que os petistas desistam de lançar um candidato e apoiem Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Temer já conversou com o pré-candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), e disse a aliados que recebeu boas sinalizações. O Planalto tenta evitar que um embate crie um clima hostil com Cunha, franco favorito.

Mão única A negociação não prevê um rodízio entre PT e PMDB na presidência da Câmara: Cunha respeitaria a tradição e apoiaria a condução de um petista à 1ª vice, mas não se comprometeria a levar o PT à presidência em 2017.

Amigo secreto Temer tenta costurar as bases do acordo até o Natal para arrematar a composição em janeiro, às vésperas da eleição.

apode1512paiinel

Bênção Cunha diz ainda não ter sido consultado sobre o acordo. Ele deve receber esta semana apoio formal do PRB, o que agregará 21 votos à sua candidatura à Mesa.

Sarau No almoço de Luiz Fernando Pezão (PMDB) com Dilma durante a semana, um primo do governador fluminense comandou uma rodinha de violão. A presidente cantarolou canções do mineiro Milton Nascimento.

Registro… O candidato derrotado do PSDB à Presidência, Aécio Neves, tinha convidado Fernando Henrique Cardoso para ser seu chanceler caso fosse eleito. O tucano queria ampliar o peso do país na política externa. FHC tinha aceitado a ideia.

… histórico Seria a primeira vez desde a redemocratização que um ex-presidente eleito assumiria como ministro num governo posterior. Nilo Peçanha, que virou presidente com a morte de Afonso Pena e governou de 1909 a 1910, foi ministro das Relações Exteriores no governo Venceslau Brás (1914-1918).

Rédea curta O futuro ministro Joaquim Levy (Fazenda) telefonou pessoalmente para congressistas aliados durante a semana. Queria afinar detalhes da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem.

Quem comemora A políticos próximos, o setor financeiro tem agradecido a aprovação da alteração da meta fiscal deste ano. Os banqueiros diziam temer que o bloqueio do projeto provocasse uma crise nas contas do país.

O retorno? Com apoio de Lula, petistas articulam a volta de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) à sigla. Dirigentes acham que o senador traria bagagem “ética e jovem” ao PT. As conversas são promissoras, segundo petistas.

A saída? O Solidariedade tenta convencer Marta Suplicy a deixar o PT com a promessa de que o bloco parlamentar formado com PSB e PPS será reproduzido na disputa de 2016. A aliança daria ao candidato do grupo cerca de dois minutos e meio na TV.

Fui Geraldo Alckmin também trocará o comando da Secretaria de Justiça. Eloísa Arruda avisou que deixará o cargo no fim desta semana.

Torneira aberta O governo paulista solicitou ao DAEE, órgão estadual de regulamentação de recursos hídricos, aumento do volume de água que será captado no sistema São Lourenço, de 4,7 m3/s para 6,4 m3/s. O ponto é sensível porque há hidrelétricas abastecidas pela bacia.

Tudo junto O acordo de PT e PSDB para a eleição de Antonio Donato à presidência da Câmara paulistana contempla os tucanos com dois postos: além de Aurélio Nomura na primeira secretaria, Eduardo Tuma ocupará a primeira suplência na Mesa.


TIROTEIO

Graças à seca de obras de Alckmin, o paulista, que começou o ano na crise do Cantareira, chega ao Natal no volume morto do Alto Tietê.

DO EX-MINISTRO ALEXANDRE PADILHA (PT), sobre o início da captação de água no volume morto do Alto Tietê, que operava com 4,2% da capacidade.


CONTRAPONTO

A dupla jornada do senador-ministro

Aprovado pelo Congresso para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas da União, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) ainda luta para conciliar as funções.

Na última quarta-feira, o peemedebista que também presidiu a CPI da Petrobras chegou com quase uma hora de atraso à posse do novo presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz. Diante dos olhares dos outros convidados, sentiu necessidade de se explicar:

—Estava até agora na Comissão de Constituição de Justiça do Senado. Ainda tenho uma cadeira com meu nome lá… —, justificou-se.