Petistas acreditam que Aécio chegará com ‘faca nos dentes’ ao debate da Globo
A batalha final Com a vantagem que Dilma Rousseff abriu nas pesquisas, os petistas acreditam que Aécio Neves chegará ao debate da Globo “com a faca nos dentes”. A equipe da presidente está certa de que o tucano vai explorar ao máximo o escândalo da Petrobras para acusá-la de conivência com a corrupção. Se o tom for muito pesado, Dilma deve partir para o contra-ataque, tentando vincular o adversário a práticas de corrupção e nepotismo. Caso contrário, ela deve se esquivar do confronto.
Pelo empate Os dilmistas dizem que a presidente não precisa vencer o debate de hoje. Bastaria não cometer nenhum deslize grave e deixar o tempo correr.
Bala de prata Os aecistas consideram o encontro a última chance de virar o jogo. Dizem que o tucano precisa demonstrar uma clara superioridade, mas sem passar agressividade ou arrogância.
Causa própria Lula disse a aliados na segunda-feira que se sentia o “alvo” da campanha para derrotar Dilma. Após o desabafo, em São Paulo, fez duros ataques contra Aécio e a imprensa.
Olho na história Antes de discursar, o ex-presidente disse a políticos que o PSDB teria como objetivo destruir sua imagem, seu projeto político e seu legado. “Querem acabar comigo”, afirmou.
Lenha na fogueira Reservadamente, petistas avaliam que o acirramento do discurso de Lula foi fundamental para reacender a militância na reta final da eleição.
Calma, gente O PT paulista está preocupado com o ânimo de militantes que vão ao ato de hoje na praça da Sé. A ordem é fazer uma “passeata pacífica”. Após o conflito de ontem, há temor de novas cenas de violência na cidade.
Adeus, sonháticos Dirigentes do comitê tucano dizem que o senador sofre a fuga de “eleitores volúveis” que escolheram Marina Silva (PSB) no primeiro turno e ensaiaram apoiá-lo no segundo.
Venham para cá O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) aposta no mesmo público para liquidar a fatura a favor de Dilma. “Como mais de 70% estavam indo para lá, a migração agora nos favorece”, diz o petista.
O retorno José Dirceu, condenado e preso no mensalão, pediu ajuda à cúpula do PT após o primeiro turno. O ex-ministro quer dinheiro para saldar dívidas de campanha do filho, o deputado reeleito Zeca Dirceu (PT-PR).
Ajuda de cima Até agosto, o parlamentar declarou ter recebido R$ 617 mil da direção nacional do PT, mais de 60% do total de suas receitas. Mas ainda faltava muito para cobrir o teto de gastos, estimado em R$ 4 milhões.
Na moita Diferentemente do arquirrival Roberto Jefferson, Dirceu permanece em silêncio sobre a eleição.
Até que vai A queda da rejeição a Dilma tem sido puxada pelos eleitores do Sudeste. No início do segundo turno, 52% dos entrevistados da região diziam não votar na presidente “de jeito nenhum”. Agora, são 44%.
Vem pra urna Apesar do otimismo com as pesquisas, petistas pregam cautela na reta final. Dizem que é preciso reduzir a abstenção onde a presidente é mais forte.
Sábado dourado O vice-presidente Michel Temer programou visita amanhã a Ourinhos, no interior paulista. “É para fechar a campanha com chave de ouro. Ou melhor, de Ourinhos!”, brinca.
Visita à Folha O ex-deputado Walter Feldman (PSB-SP), porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, visitou ontem a Folha.
TIROTEIO
Os adversários dizem que vão manter todos os programas da nossa gestão. Logo, a melhor decisão é manter o governo Dilma.
DO VICE-PRESIDENTE MICHEL TEMER, sobre as promessas do tucano Aécio Neves de manter programas como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
CONTRAPONTO
O segundo Toninho Malvadeza
Suplente de Marta Suplicy (PT-SP), o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP) assumiu uma vaga no Senado com a nomeação da petista para o Ministério da Cultura, em 2012. Com o possível retorno da titular, aliados passaram a questioná-lo sobre a despedida do Congresso.
Há duas semanas, Rodrigues discutia o assunto na entrada do debate da Band quando um petista o comparou a outro Antonio Carlos: o Magalhães (1927-2007).
—Antes, o Senado era comandado por ACM. Agora, está nas mãos de ACR: Antonio Carlos Rodrigues!
O senador sorriu, mas desconversou.