Campanha de Dilma festeja o aumento da rejeição a Aécio, que chegou a 38%
Vem mais chumbo A campanha de Dilma Rousseff festeja o aumento da rejeição a Aécio Neves, que aumentou quatro pontos percentuais e chegou a 38%. A petista vai reforçar os ataques ao rival para tentar frear seu avanço entre os eleitores indecisos. Números do Datafolha mostram que a artilharia já deu resultado entre os mais pobres. No grupo com renda familiar de até dois salários mínimos, a rejeição a Aécio subiu oito pontos e foi a 46%. Na região Nordeste, o índice saltou dez pontos e alcançou 55%.
Discurso do medo Os dados sugerem que a tática do PT de tachar Aécio de elitista e afirmar que ele vai retirar benefícios sociais está dando resultado. A receita já se mostrou eficaz contra Marina Silva no primeiro turno.
Não é a Marina Apesar da animação, os petistas não acreditam que a candidatura de Aécio possa “desmanchar” como a da ex-senadora. “Ele não tem o queixo de vidro dela”, reconhece um estrategista do comitê de Dilma.
Bater ou calar Os tucanos ainda discutem como reagir aos ataques. “Metade da tropa quer bater de volta. A outra metade não quer, porque acha que o povo não gosta”, resume um aecista.
Bola na trave O time de Aécio ficou decepcionado com o novo empate técnico nas intenções de voto depois de uma semana de confronto direto. A expectativa era de abrir uma dianteira de até seis pontos sobre Dilma.
Um a um Para o PSDB, a ofensiva petista neutralizou dois gols de Aécio: as declarações de apoio de Marina Silva e Renata Campos. “Os vetores se igualaram”, diz o deputado Marcus Pestana (MG).
Luta do século Anteontem, quando Dilma estava nas cordas com o escândalo da Petrobras, um ministro otimista comparava a eleição ao boxe: “Somos o Muhammad Ali contra o George Foreman em 1974. Vamos resistir e vencer no fim por nocaute!”
Tal pai, tal filho Depois de declarar apoio a Marina no primeiro turno, o empresário Paulo Skaf Filho, herdeiro do ex-candidato do PMDB ao governo paulista, diz agora que vai votar em Aécio.
Toga vermelha O jovem Skaf diz que o novo presidente nomeará ao menos quatro ministros para o Supremo. Ele critica a escolha de Dias Toffoli, ex-advogado do PT, no governo Lula. “Se seguir o padrão, teremos um desequilíbrio entre os três Poderes”.
Vaquinha magra Roberto Jefferson ainda não pagou a multa de R$ 720 mil que recebeu ao fim do julgamento do mensalão. Ele diz que só conseguiu juntar a metade do valor cobrado. “Agora vou voltar a ligar para os amigos”, avisou, na segunda-feira.
Perdeu a chave O ex-deputado não vendeu seu escritório no centro do Rio para arrecadar fundos, como anunciou que faria depois de ser condenado. Ele afirma que o imóvel está bloqueado por decisão judicial.
Torneira fechada A Câmara Municipal de São Paulo abriu processo disciplinar contra o vereador tucano Andrea Matarazzo. Em conversa reservada com a presidente da Sabesp, Dilma Pena, ele ironizou o funcionamento da CPI que investiga os motivos da falta d’água na cidade.
Espera que seca A bancada do PSDB foi a única a se opor à ação contra o vereador. Apesar do desgaste, os tucanos avaliam que ele não corre risco de ter o mandato cassado. Matarazzo quer disputar a prefeitura em 2016.
Visita à Folha Hüseyin Diriöz, embaixador da Turquia no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava com M. Özgün Arman, cônsul-geral da Turquia em São Paulo.
TIROTEIO
“O país que elegeu um operário e uma mulher lutadora não vai escolher quem começou como assessor fantasma de deputado.”
DO MINISTRO PAULO BERNARDO (COMUNICAÇÕES), sobre o emprego que Aécio Neves teve no gabinete do pai, em Brasília, enquanto estudava no Rio.
CONTRAPONTO
Saudade da marmelada
O governador Geraldo Alckmin achou “repetitivo” o debate entre Aécio Neves e Dilma Rousseff na Band. À sua frente na plateia estava Fabio Feldmann, que foi seu rival na corrida ao Palácio dos Bandeirantes em 2010.
O tucano cutucou o aliado no ombro e disse:
—Bons eram os nossos debates. Alto nível!
O marineiro Walter Feldman ouviu o papo e provocou:
—Também, vocês dois só se elogiavam…
Fabio Feldmann saiu em defesa própria:
—Só dava essa impressão porque eu era o único que não estava a mando do PT para bater nele…