Presidente do TSE defende barreira após crescimento de partidos nanicos

Painel

Barreira neles O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, voltará a defender a cláusula de barreira para restringir o repasse de verba pública aos partidos nanicos. Ele quer reabrir a discussão após as eleições deste domingo, que elevaram de 22 para 28 o número de siglas com representação na Câmara. “Este grande número de partidos com um ou dois deputados, que passam a ter acesso a tempo de TV e fundo partidário, mostra que é hora de instituir a cláusula”, diz o ministro.

Sopa de letras Três siglas nanicas elegeram apenas um deputado: PT do B, PRTB e PSL. Outras três emplacaram dois: PEN, PSDC e PTC.

Ey, ey, ey… Como a representação na Câmara dá direito a participar dos debates na TV, o eterno presidenciável Eymael (PSDC) terá que ser convidado se concorrer em 2018. Levy Fidelix (PRTB) também voltará à telinha.

Dura lex Se a exigência de 5% dos votos válidos estivesse em vigor, só sete partidos teriam vencido a barreira neste ano. O DEM, que elegeu a maior bancada da Câmara em 1998, quando se chamava PFL, fez 4,2% e seria barrado.

Data venia O ministro Dias Toffoli diz que o Supremo Tribunal Federal errou ao derrubar a cláusula de barreira, em 2006. As siglas pequenas festejaram a decisão.

Bunker tucano O PSDB fechou plano de crescimento para Aécio Neves em São Paulo, onde ele recomeçou ontem sua campanha. A meta é ampliar a votação de 44% para dois terços (66%) dos válidos.

Cofrinho cheio O ex-ministro José Gregori, que comanda o caixa do tucano, está animado com o ritmo de doações após a ida ao segundo turno. “Tivemos uma manhã radiante!”, disse ontem.

Intervenção O PT vai reforçar o comando da campanha de Dilma em São Paulo, onde Aécio abriu 18 pontos de vantagem. Alvo de críticas, Luiz Marinho passará a ser auxiliado por Alexandre Padilha e Emidio de Souza.

Ponta esquerda Ao pedir apoio aos partidos “que historicamente sempre estiveram conosco”, a presidente não se referia só ao PSB de Marina Silva. O PSOL de Luciana Genro também está na mira.

Pedras no sapato O PSB vê entraves em dois Estados à declaração de apoio irrestrito a Aécio. Na Paraíba e no Amapá, governadores da sigla vão enfrentar aliados do tucano no segundo turno.

Ele de novo Outro problema é a preferência do presidente da sigla, Roberto Amaral, pelo PT. “Mas ele é o presidente, não o dono do partido”, diz o deputado aecista Júlio Delgado (PSB-MG).

Revolta nanica O PHS boicotou a reunião dos aliados de Marina após a derrota, na noite de domingo. “Ela se acovardou esperando apoio de Geraldo Alckmin e não teve a dignidade de gravar para nosso candidato em São Paulo”, esbraveja o presidente da sigla, Eduardo Machado.

Adolar

Ritmo de festa De um deputado reeleito do PMDB, sobre a influência que Eduardo Cunha (RJ) acumulou para se lançar à presidência da Câmara em 2015: “Ele ajudou na arrecadação de todos os deputados que tentavam a reeleição. E sem exceção!”.

Tal pai O saldo de menos de 1% dos votos na corrida presidencial não foi o única má notícia para Pastor Everaldo (PSC). Seu filho Filipe Pereira (PSC-RJ), que exerce o segundo mandato de deputado federal, não se reelegeu.

Tal filha O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), preso no Rio, teve mais sorte. Sua filha, a vereadora carioca Cristiane Brasil (PTB-RJ), conseguiu uma vaga na Câmara.


TIROTEIO

“Dilma devia mudar o marqueteiro ou o eixo de sua campanha. O resultado do 1º turno mostrou que mudar o país com ela não dá.”

DO SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN), coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB), sobre os 41,6% de votos válidos obtidos por Dilma Rousseff (PT).


CONTRAPONTO

O tempo passa, o tempo voa

No sábado, último dia de campanha, o governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) manteve a tradição. Depois de fazer caminhada em um calçadão da zona leste de São Paulo, convidou os aliados para tomar café no balcão de uma padaria.

Quando a conta chegou, nenhum dos acompanhantes sacou a carteira, e a fatura sobrou para o governador. Só restou a ele reclamar do coordenador da campanha, o deputado Edson Aparecido (PSDB-SP):

—O Edson gasta tão pouco que ainda tem um talão de cheque do Banco Bamerindus!