Aliados de Marina Silva estão convencidos de que ela apoiará Aécio
No colo de Aécio
Aliados que acompanharam a apuração com Marina Silva saíram convencidos de que ela vai apoiar Aécio Neves. Depois de condenar a polarização entre PT e PSDB, a candidata do PSB deve dizer que o eleitor votou pela mudança ao justificar a opção pelo tucano. Antes, cobrará a incorporação de algumas ideias ao programa dele. Aécio também quer o apoio da família de Eduardo Campos para turbinar sua votação em Pernambuco, onde teve o pior desempenho no país, abaixo dos 6%.
Hora do troco Nas conversas, Marina repetia que foi “desrespeitada” pelo PT e que não havia chance de discutir um apoio a Dilma Rousseff. “Não dá”, dizia ela.
Voz das ruas Coordenador da campanha, o ex-tucano Walter Feldman deu a senha: “As urnas optaram pela mudança. Agora temos que trabalhar com a alternativa que está posta e qualificá-la”.
Longe do muro Com poucas exceções, os aliados defenderam que Marina não repita a neutralidade do segundo turno de 2010, quando rejeitou apoiar José Serra (PSDB). Na época, seu rancor com o PT não era tão grande.
Vamos conversar O grupo de Marina já lista “convergências programáticas” com Aécio. Entre elas, o liberalismo na economia e as defesas dos biocombustíveis.
Sal na ferida O deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ) reclama de amadorismo na campanha. “Foi uma gigantesca oficina de autogestão, onde todo mundo fez o que queria. Inclusive a candidata.”
Modelo bretão Irritado com a “profusão de erros”, Sirkis diz que Marina “botou duas rainhas da Inglaterra na coordenação”, referindo-se a Feldman e Luiza Erundina. “No fim, parecia mais uma turnê de popstar do que uma campanha presidencial.”
Calcanhar paulista O PT admite que subestimou o desempenho de Aécio em São Paulo. Lula vai suar para tentar evitar que ele avance mais no Estado, anulando a vantagem de Dilma no Nordeste.
Sem descanso Dilma vai rever a escala de férias dos ministros para reforçar a campanha. Esta semana, decidirá quem se afasta do cargo para ir à caça de votos.
Soltando foguete Um amigo de Aécio recorre ao sambista Jamelão para definir seu estado de espírito: “Ele está que nem pinto no lixo”.
Quem é vivo… Sumido desde que foi citado por Paulo Roberto Costa no escândalo da Petrobras, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) reapareceu na festa de Dilma.
A fórceps Amigo de Lula e dono de seu restaurante preferido em São Bernardo, Juno Silva, o Gijo, garante que o petista será candidato a presidente em 2018: “Se ele não quiser, a gente obriga!”
Mágoa no peito O PRB de Marcelo Crivella ameaça abandonar Dilma e apoiar Aécio no segundo turno do Rio. “Se o PT repetir o que já fez para esvaziar o Crivella, tudo é possível”, diz o presidente da sigla, Marcos Pereira.
Turma do Levy Reeleitos na esteira do discurso hostil aos homossexuais, os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) se cumprimentaram por telefone. “Você perdeu para mim!”, festejou o fluminense.
O céu é o limite Campeão de votos no Rio, Bolsonaro ganhou mídia ao defender a ditadura militar nos 50 anos do golpe. “Mostrei que a direita tem voz e voto. Em 2018, tentarei a Presidência.”
Fundo do poço Junto ao fiasco de Alexandre Padilha, o PT de São Paulo perdeu ontem um senador, oito deputados estaduais e seis federais.
TIROTEIO
“Os ricos estão contra Dilma. Para o povão, o governo do PSDB só traz lembrança negativa. E Aécio já prometeu ‘medidas impopulares’.”
DO MINISTRO PAULO BERNARDO (COMUNICAÇÕES), antecipando o tom da campanha de Dilma Rousseff (PT) contra Aécio Neves no 2º turno.
CONTRAPONTO
Uma primeira-dama em êxtase
A eleição de Rui Costa (PT) no primeiro turno deixou eufórica a primeira-dama da Bahia, Fátima Mendonça. Ao ver o enxame de repórteres acotovelados ontem para ouvir o governador eleito no Palácio de Ondina, em Salvador, a mulher de Jaques Wagner (PT) não se conteve. Festejou em voz alta o infortúnio do prefeito de Salvador, ACM Neto, que apoiava Paulo Souto (DEM) ao governo:
—ACMzinho, a sua casa caiu!
Assim que Costa começou a falar, Fátima prosseguiu:
—Vocês viram o Maranhão? O Sarney acabou! O bigodão acabou! —gritou, exultante.