Grupo da Igreja Católica faz ofensiva contra Dilma e Marina
A nova cruzada Uma ala conservadora da Igreja Católica deflagrou ofensiva contra Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). Panfleto do grupo Pró-Vida, com sede em diversos Estados, inclui seus partidos entre “os doze fatais” que “ameaçam o futuro do país”. Sem citar as presidenciáveis, o texto afirma que todo candidato do PT trabalha pela descriminalização do aborto e que o PSB quer extinguir escolas ligadas à igreja. Segundo envolvidos, o grupo quer distribuir um milhão de cópias no Nordeste.
Santinhos Ao menos três bispos, de São Paulo, Rio e Goiás, têm ligação com o Pró-Vida. Dom João Wilk, de Anápolis (GO), onde panfletos já foram distribuídos, diz que a Diocese não tem responsabilidade pelo texto, mas afirma conhecer o documento.
Filme antigo Em 2010, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos (SP), pregou o boicote a Dilma e rodou 2,1 milhões de panfletos contra o aborto. A CNBB criticou a ação. O religioso morreu há dois anos.
Tô fora Além de PT e PSB, o panfleto do Pró-Vida recomenda que os católicos não votem em outros partidos de esquerda, como PCB e PDT. O PSDB não está na lista. A campanha do tucano Aécio Neves afirma não ter vínculo com o grupo.
Pastoral Marina quer usar o debate que a CNBB organiza amanhã para afastar a ideia de que pretenda encerrar programas sociais tocados pelo governo do PT, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.
Betaldo O PSB marcou para quarta-feira, em Campinas, evento de seus candidatos a deputado com Geraldo Alckmin (PSDB). O vice Beto Albuquerque representará a chapa do partido à Presidência, já que Marina não sobe no palanque com o tucano.
Antes não tinha Proibido pela legislação de participar de inaugurações desde o início de julho, Alckmin multiplicou o número de vistorias e visitas técnicas a obras.
Agora tem Em um ano e meio antes do período eleitoral, teve 15 eventos do tipo. No primeiro mês de campanha, foram 27. “Se são tão importantes, por que não fazia antes?”, ironiza o dirigente de uma campanha rival.
Ponto fraco Entre todos os ataques disparados pelo PT, os que mais preocupam a campanha de Marina ainda são os ligados ao pré-sal. O PSB precisa convencer o eleitor de que a ambientalista não vai desperdiçar as reservas por razões ideológicas.
Na bomba Marineiros querem que a candidata vá mais ao Rio, onde fica a sede da Petrobras. A ex-senadora vai sustentar que a melhor maneira de aproveitar as riquezas do pré-sal é eliminando a corrupção da estatal.
Casa da Moeda Em reunião com artistas hoje, Marina defenderá a proposta de direcionar 2% do Orçamento para o setor cultural.
Sem respiro Até o vice Michel Temer recebeu tarefas para impulsionar a campanha de Dilma no Estado de São Paulo. Ficou sob sua responsabilidade a organização de atos na baixada santista.
Tudo junto Se no Maranhão um aliado dos Sarney e dos Lobão ficará responsável pela administração das urnas eletrônicas, em São Paulo um ex-vereador do PTB fará o transporte de material e de funcionários da Justiça Eleitoral no período da disputa.
E misturado A empresa Sersil, de José Caboclo Neto, que foi vice-presidente da Câmara de Cotia, receberá R$ 589 mil pelo serviço até o final das eleições. O tribunal paulista diz que não há impedimento para a contratação de filiados a partidos.
TIROTEIO
“Encerrada a campanha, a população voltará a se deparar com um Brasil diferente do que é produzido pelo maquiador João Santana.
DE WALTER FELDMAN (PSB), coordenador da campanha de Marina Silva, que acusa o marqueteiro do PT de apresentar uma situação irreal aos eleitores.
CONTRAPONTO
Loucademia de polícia
Em debate realizado pela Federação das Indústrias do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) e Lobão Filho (PMDB), rivais na disputa pelo governo, trocaram acusações e ironias. Ao falar de segurança pública, o peemedebista defendeu que a polícia trocasse carros por motos:
—Em vez de quatro policiais numa viatura, poderiam ser quatro motos, patrulhando uma área ainda maior.
Com a palavra, Dino fez chacota:
—Fico em dúvida se o policial de moto vai puxar a arma com a mão direita ou a mão esquerda. O risco é ele cair na hora de atirar!