Comitê petista inicia ofensiva para conter crescimento de Marina em SP
Esforço concentrado O comitê de Dilma Rousseff (PT) vai abrir os cofres para tentar conter o crescimento de Marina Silva (PSB) em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. A campanha petista antecipou a distribuição de material impresso sob medida para os maiores 76 municípios do Estado. O objetivo é mobilizar aliados e ressaltar a presença de programas federais em cada cidade. Nas pesquisas internas de PT e PSB, Marina já aparece à frente de Dilma e Aécio Neves (PSDB) em território paulista.
Tropa O esforço para reagir ao “efeito Marina” não se limita a São Paulo. Hoje os presidentes dos 27 diretórios estaduais do PT se reúnem para discutir novas ações de fortalecimento da campanha.
Numeralha Na preparação para o debate da Band, a presidente pediu dados sobre operações de combate à corrupção e prisões feitas pela PF nos últimos 12 anos.
Pergunta pra ele Do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sobre o planejamento para frear Marina: “Dilma está na frente. Primeiro vamos ver se o Aécio não vai jogar a toalha”.
Deixa com ele O comitê de Dilma não quer explorar as suspeitas de irregularidade no uso do jatinho que caiu com Eduardo Campos (PSB). Os petistas preferem deixar Aécio cobrar explicações públicas sobre o caso, considerado delicado.
Traça Marina saiu carregada da Bienal do Livro: comprou “A importância do ato de ler”, de Paulo Freire, e “Educação em Hannah Arendt”, de Vanessa Sievers de Almeida, ambos recomendados pela aliada Neca Setúbal. A candidata gastou R$ 36.
Plano B Na ausência de Marina, seu vice Beto Albuquerque (PSB) deverá pedir voto para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) na TV. “O Beto falará pelo Geraldo como o Eduardo falaria”, diz o vice Márcio França (PSB-SP).
Perdeu a deixa Aliados de Alckmin estranharam o fato de ele ter deixado de rebater, no debate Folha/UOL/SBT/Jovem Pan, críticas a temas como a lentidão na instalação de bloqueadores de celular em prisões. Um auxiliar chegou a perguntar se o tucano tinha os dados em mãos.
Língua de aluguel Alvo preferencial dos adversários, Alckmin tentou fazer dobradinha com o nanico Walter Ciglioni, do PRTB. Na plateia, o presidenciável Levy Fidelix parecia aprovar o desempenho do pupilo.
Garoto Bombril Do careca Laércio Benko (PHS), em pergunta ao governador: “Eu era adolescente e ainda tinha cabelo quando começou a obra do Rodoanel…”
Soletrando O candidato do PMDB, Paulo Skaf, perguntou a Gilberto Natalini (PV) o que ele faria contra os “estrupadores” de mulheres. O vereador repetiu o erro de português na resposta.
Inocente Petistas ironizaram o senador Eduardo Suplicy (PT) pelo elogio de Marina a José Serra (PSDB) no fim de semana. Disseram que o senador mordeu a língua depois de ter defendido, em reunião do partido, que o PT não atacasse a ex-senadora.
Banquinho No estacionamento do SBT, o apresentador Raul Gil disse que não tiraria o chapéu para nenhum candidato: “Tiro para o povo brasileiro, que tem que ter um saco que eu vou te contar…”. Ele distribuiu abraços em Alckmin, Padilha e Skaf.
TIROTEIO
“Dilma passou todo o mandato sem conversar com os trabalhadores. Agora, ela deixa claro que realmente virou as costas para nós.”
DO PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL, MIGUEL TORRES, sobre a declaração de Dilma Rousseff de que a defesa do fim do fator previdenciário é “demagogia”.
CONTRAPONTO
Uma jaguatirica na eleição
Na campanha de 2010, Marina Silva foi chamada de gata e respondeu que preferia ser uma jaguatirica. A brincadeira levou um repórter gaúcho a perguntar se ela preservava “um quê de selvagem” da Amazônia.
—Olha, como não tenho preconceito contra os selvagens, eu diria que sim —respondeu a candidata.
Animada com a temática zoológica, Marina se arriscou no futebol e defendeu a convocação do jogador Paulo Henrique Ganso para a seleção:
—Como sou ambientalista, também vou advogar em favor do Ganso…