Skaf e Padilha reavaliam campanhas após nova alta de Alckmin

Painel

A fonte secou A nova alta de Geraldo Alckmin (PSDB) no Datafolha jogou as campanhas de Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT) no divã. Os adversários do governador paulista se convenceram de que a crise do sistema Cantareira não afetou sua popularidade. A menos que haja falta d’água generalizada, eles agora acreditam que o peso do tema na disputa será residual. PMDB e PT têm pouca esperança em reduzir a vantagem do tucano até o início da propaganda de TV, em 20 de agosto.

Lázaro Por incrível que pareça, aliados de Skaf agora torcem pelo crescimento de Alexandre Padilha (PT), estacionado em 4% das intenções de votos. Se ele não sair do atoleiro, ficará difícil convencer os doadores de que haverá segundo turno.

Geni Duda Mendonça, o marqueteiro de Skaf, atribui as dificuldades do petista à má fase de seu partido em São Paulo. “Dilma não está bem, Haddad não está bem e o PT não está bem no Estado. A culpa não é do Padilha…”

Tô nem aí A vantagem folgada de Alckmin reforça a estratégia tucana de fingir que a eleição não começou. A ordem é deixar o candidato tocar a vida como governador.

Quem poupa tem O comitê de Aécio Neves (PSDB) receitou “otimismo, mas pés no chão” aos encarregados de captar doações para a campanha. Os tucanos pretendem evitar clima de “oba-oba” com a queda da presidente Dilma Rousseff (PT) nas simulações de segundo turno.

Dona Flor A campanha de Dilma quer agendar atos separados com os quatro principais candidatos ao governo do Rio. Todos eles a apoiam, ao menos no papel.

Quatro maridos Com Luiz Fernando Pezão (PMDB), a petista reunirá prefeitos do interior. Com Anthony Garotinho (PR), deve visitar o norte fluminense. Ela ainda planeja ir à Baixada com Lindberg Farias (PT) e reunir evangélicos com Marcelo Crivella (PRB).

Consolação Aliados se preocupam com a queda de Dilma no Rio, mas ressaltam que os votos perdidos não migraram para Aécio. Desde novembro, a presidente recuou de 41% para 35% no Estado. O tucano oscilou de 16% para 17%, diz o Datafolha.

Calabar do sertão O único prefeito do PSDB na região do Cariri, no interior do Ceará, declarou voto em Dilma. Chico Santana governa a pequena Abaiara, de apenas 10 mil habitantes.

Bola dividida Quando a presidente reclamou das críticas à CBF no site de campanha “Muda Mais”, petistas tentaram convencer Franklin Martins a assinar a autoria do texto, para desvincular as opiniões da chefe. O ex-ministro não topou.

Bola neles O jornalista Juca Kfouri, que conhece a fundo as mazelas do futebol, acha que o artigo não merecia reparos. Para ele, a crítica à cartolagem “foi até suave”.

‌Zé da Galera O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) resolveu palpitar sobre futebol. Sugeriu a Dilma que ela defenda o reconhecimento biométrico de torcedores. A medida, afirma, barraria a entrada de brigões nos estádios.

Correria O novo jingle de Rui Costa, o candidato do PT ao governo da Bahia, diz que ele “é correria”. A gíria se refere a gente dinâmica, que faz acontecer. O ritmo escolhido foi o arrocha, sucesso na periferia de Salvador.

Água fresca Resta uma dúvida entre observadores da política baiana. O “Rui é correria” seria um contraponto ao adversário Paulo Souto (DEM), de 70 anos, ou ao governador e aliado Jaques Wagner (PT), chamado pelos rivais de “wagareza”?


 

TIROTEIO

“O Lula precisa beber muita água para parar de ter miragens. O PT nunca esteve tão próximo da derrota em São Paulo.”
DO DEPUTADO JOSÉ ANIBAL (PSDB-SP), sobre a declaração do ex-presidente de que “nem água para beber” o governo de Geraldo Alckmin consegue garantir.


CONTRAPONTO

Ouçam o professor

Os deputados viajaram na história ao discutir, na semana passada, a revogação do decreto de Dilma Rousseff que criou o Sistema Nacional de Participação Social.

—Dilma agiu como Luís 14. Para ela, “l’Etat c’est moi!” —arriscou Inocêncio de Oliveira (PR-PE).

—O governo quer instituir os sovietes em pleno século 21! —emendou Darcísio Perondi (PMDB-RS).

Chico Alencar (PSOL-RJ), que é historiador, interveio:

—É bonito ouvir tantas citações, mas a história não se repete. E o que debatemos aqui está a anos-luz do Absolutismo francês e da Revolução Russa!