Devido ao ‘recesso branco’, Juízes temem que aumento seja engavetado

Painel

Toga quente Esquentou o clima das negociações sobre a proposta de emenda constitucional que premia juízes e promotores com reajuste de 5% a cada cinco anos de serviço. Associações de magistrados acusam o governo de aproveitar o “recesso branco” no Congresso para engavetar o aumento. Ontem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cancelou na última hora uma reunião com representantes do Planalto, do Judiciário e do Ministério Público. Os juízes estão muito irritados.

Perplexos “O tempo está se esgotando”, reclama Paulo Schmidt, representante dos juízes do Trabalho. “O calendário do ano é apertado e o governo está jogando com isso. Estamos perplexos”.

Incompreendidos “Nós achávamos que havia uma compreensão sobre a importância do projeto. De repente, mudaram de posição”, lamenta João Ricardo dos Santos Costa, da Associação dos Magistrados Brasileiros.

Ignorados Na terça-feira, líderes de associações de juízes levaram um chá de cadeira de Renan no Congresso. Ninguém saiu feliz.

Senta lá Schmidt apelou ontem a Ricardo Berzoini. O ministro respondeu que está disposto a negociar, mas não apresentou contraproposta. O governo sustenta que o presente aos juízes teria grande impacto nos cofres públicos.

Sabonete Aécio Neves (PSDB) reciclou, na sabatina da Folha, um famoso bordão de Celso Russomanno (PRB) para fugir de perguntas incômodas na campanha para prefeito de São Paulo.

Deixa pra lá Questionado sobre a compra de votos para a reeleição e o sumiço de FHC em campanhas passadas, o tucano repetiu: “Vamos falar do futuro”. Em 2012, Russomanno recorria ao “Vamos falar sobre São Paulo”.

Miami A plateia que lotou o Teatro Folha, em Higienópolis, interrompeu Aécio três vezes com aplausos quando ele atacou o regime cubano, em resposta sobre o programa Mais Médicos.

É comigo? José Serra ouviu o ex-desafeto na primeira fila. Quando o presidenciável se referiu a ele como “senador”, cargo que disputará este ano, não esboçou reação.

Barrados no baile Petistas de primeiro escalão estão incomodados com o controle na entrada do comitê de Dilma Rousseff, em Brasília. Um dirigente chegou a ser retido na recepção. Ele teve que esperar até ser liberado.

Bolso vazio Eduardo Campos (PSB) levou o tesoureiro da campanha, Henrique Costa, ao café com empresários que antecedeu sua palestra no Itaú. Na saída, um assessor questionou Costa: “Encheu o bolso?”. “Só a barriga”, respondeu o caixa.

Jean Galvão

Podolski chinês Xi Jinping, o presidente da China, esbanjou brasileirismo na cúpula dos Brics. Ao discursar, lembrou que já tinha ido a Fortaleza e citou Paulo Coelho e o livro “Brasil, País do Futuro”, de Stefan Zweig.

Sibéria O ar-condicionado no máximo gelou autoridades que participavam da cúpula dos Brics na capital cearense. Guido Mantega (Fazenda) vestiu camiseta sob a camisa social para não ficar resfriado. Ele também estava preocupado com o risco de Dilma pegar uma gripe.

Sem diploma A ficha de Paulo Skaf na Justiça Eleitoral afirma que ele tem ensino superior completo. O candidato do PMDB ao governo paulista nunca concluiu o curso de administração.

Ops! A equipe jurídica do empresário reconhece que prestou informação errada sobre seu currículo. Prometeu corrigir os dados hoje.

TIROTEIO

“Mais uma vez a ladainha de questionar a qualidade dos profissionais do Mais Médicos. Aécio ouve as corporações, não os brasileiros.”

DE ALEXANDRE PADILHA (PT), candidato ao governo paulista e ex-ministro da Saúde, sobre críticas de Aécio Neves à formação dos médicos do programa.

CONTRAPONTO

Ele só pensa naquilo

Empenhado em repetir o discurso de Dilma Rousseff, o deputado Vicentinho, líder do PT na Câmara, exaltava a organização da Copa do Mundo quando escorregou:

—Esta Copa só não foi melhor porque a nossa seleção não ganhou as eleições!

Rápido no gatilho, Ivan Valente (PSOL-SP) disparou:

—Você só pensa naquilo, Vicentinho! Se disputasse eleições, essa seleção não ganharia nada…

O petista admitiu o ato falho, mas não se fez de rogado:

—A única coisa ruim da Copa foi não termos ganho, mas isso não dependia do governo!