Bispos, ministro da Pesca e presidente do PRB divulgam templo da Universal

Painel

Em nome do bispo O ministro Eduardo Lopes (Pesca) e o presidente do PRB, Marcos Pereira, distribuíram convites em Brasília para a inauguração do novo megatemplo da Igreja Universal, em São Paulo. Nas últimas duas semanas, Lopes usou o cargo para marcar encontros com colegas da Esplanada e com o vice-presidente Michel Temer. Pereira foi recebido por Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Os dois são bispos da Universal e falam em nome do fundador e líder da igreja, Edir Macedo.

Registros A visita dos dois bispos entrou na agenda oficial de Temer da última terça-feira (24). Na semana anterior, o ministro da Pesca esteve nos gabinetes de César Borges (Transportes), Miriam Belchior (Planejamento), Neri Geller (Agricultura) e Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos).

Só olhei Marcos Pereira confirma que levou um representante da Igreja Universal ao gabinete de Dilma. “Como ele não tinha acesso a ela, eu pedi a audiência. Mas não participei da conversa. Fiquei só observando”, diz ele.

Não fui eu Eduardo Lopes afirma, via assessoria, que teve “encontros técnicos” com Temer e outros ministros para discutir assuntos de governo. Os convites para a abertura do templo, em 31 de julho, teriam sido feitos por pessoas que o acompanharam nas audiências.

Gigantismo O Templo de Salomão está sendo erguido no Brás (zona leste de SP) e terá capacidade para 10 mil pessoas sentadas. Na semana passada, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) visitou a obra e se disse “maravilhado com sua grandiosidade”, segundo o site da igreja.

Negação O PRB tenta desvincular sua imagem da Universal, embora a maior parte de sua bancada seja de bispos e pastores. Em 2012, obreiros da igreja atuaram na campanha de Celso Russomanno a prefeito de São Paulo.

Não deu O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ligava diariamente para a cúpula do PSB, mas não conseguiu evitar o lançamento de uma chapa própria em Minas Gerais. Em retaliação ao partido, o tucano Aécio Neves articulou a candidatura de Paulo Hartung (PMDB) para enfrentá-lo.

Virando a casaca Depois do PSD de Gilberto Kassab, o PP pode ser o próximo a se aliar ao candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf. O partido de Paulo Maluf já declarou apoio a Alexandre Padilha (PT), mas agora ameaça roer a corda.

Porteira… Braço direito de Maluf, o secretário-geral do PP paulista, Jesse Ribeiro, diz que a sigla “está aberta para ouvir propostas”.

… aberta Ele afirma que não foi ouvido pelos petistas na montagem da aliança de Padilha. “O PR já tem assento na chapa. E nós? Temos um tempo de TV considerável”, reclama o malufista. O PC do B também ameaça partir.

Fumaça O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, admite um “curto-circuito” com o PT. Ele desembarca em São Paulo na segunda-feira para tentar evitar o incêndio.

É guerra Aliados do governador Geraldo Alckmin ficaram irritadíssimos com a adesão de Kassab a Skaf.

Dedo Em conversas com o ex-prefeito, Lula sempre disse que só não gostaria de ver o PSD aliado ao tucano.

Adolar

Dono da bola Aliados de Maluf brincam com um possível jogo entre México e Costa Rica nas quartas de final da Copa. A famosa mansão do ex-prefeito fica no cruzamento de duas ruas com esses nomes no Jardim América, área nobre de SP.


TIROTEIO

“Muita gente comeu essa pilha do chapão da oposição, mas a verdade é que Geddel e Paulo Souto se juntaram para encolher.”

DO GOVERNADOR DA BAHIA, JAQUES WAGNER (PT), sobre o fato de seus rivais terem menos tempo de TV juntos do que tiveram separados em 2010.


CONTRAPONTO

O inimigo mora ao lado

Desde o início do ano, quando ainda dizia ter a intenção de disputar o governo de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) era cortejado quase diariamente pelo PMDB de Paulo Skaf e pelo PSDB de Geraldo Alckmin.

Certo dia, o peemedebista marcou uma conversa com o ex-prefeito em seu apartamento. Kassab é vizinho de João Carlos Meirelles, assessor especial do governador.

Ao entrar no elevador, Skaf surpreendeu-se com Meirelles, que vinha do subsolo. Após um breve cumprimento, o auxiliar de Alckmin disparou, já apertando o botão:

—Se estiver indo à casa do Kassab, é no nono andar!