Nos últimos três meses, Dilma duplicou exposição em eventos

Painel

Ritmo de campanha A presidente Dilma Rousseff duplicou sua exposição em eventos oficiais nos últimos três meses, antes do fim do prazo em que os candidatos ainda podem ir às solenidades. Em um esforço para estancar a queda nas pesquisas e turbinar marcas de seu governo, ela participou de 66 cerimônias pelo Brasil e discursou por um total de 29h56min entre 20 de março e 20 de junho deste ano. No mesmo período de 2013, a petista apareceu bem menos: foi a 29 eventos e falou por 14h31min.

Pesca-voto Nos últimos meses, Dilma inaugurou obras, visitou canteiros, entregou máquinas e participou de formaturas 20 vezes no Sudeste e 15 no Nordeste.

Marca registrada A presidente foi a 19 eventos ligados a obras de infraestrutura e mobilidade urbana e a 11 formaturas de alunos do Pronatec, uma de suas principais vitrines eleitorais. Também compareceu a nove atos do Minha Casa, Minha Vida.

Braços do povo A petista aproveitou algumas das viagens, bancadas pela União, para dar entrevistas a rádios locais e fazer corpo a corpo com eleitores recrutados por políticos aliados.

Valerioduto O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia começou a montar a estrutura da campanha de Dilma em Minas. Amigo de Lula, ele se livrou do processo do mensalão mineiro ao completar 70 anos. Agora, foi escalado pelo ex-presidente para comandar a campanha no Estado.

Regra três Após declarar apoio a Lindberg Farias, que vive às turras com Dilma, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) quer tratar a candidatura do petista ao governo do Rio como palanque próprio no Estado.

Tudo nosso Um aliado do pernambucano lembra que Dilma já conta com Anthony Garotinho (PR), Marcelo Crivella (PRB) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) no Rio. “Ela tem muito palanque, não precisa se preocupar com mais um do Lindberg”, ironiza.

Confie em mim O senador petista, ainda eufórico com a adesão de Campos, promete lealdade total à presidente. O governador Pezão, cujo partido aderiu em peso a Aécio Neves (PSDB), repete o mesmo juramento a Dilma.

De virada Assessores do Planalto estão exultantes com pesquisa interna que afirma que cerca de 60% dos brasileiros consideram a Copa boa ou ótima até agora.

Obrigado, bola Para o governo, o bom humor é impulsionado pelo engajamento da população com o Mundial. Cerca de 40% dos brasileiros dizem ter assistido a “todos os jogos que puderam”, e não só aos da seleção.

‌Rei do camarote Escalado para acompanhar mandatários estrangeiros, o ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) se deu bem na Copa. Até a sexta-feira, ele já havia assistido a seis jogos nos estádios.

Hermanos O Planalto recebeu sinais de que a Argentina ainda manterá portas abertas para negociar com credores e saldar sua dívida de mais de R$ 3 bilhões.

Honra ao mérito Mais uma para o currículo de José Roberto Arruda (PR), que foi preso na Operação Caixa de Pandora e agora quer voltar ao governo do Distrito Federal. Em 2007, ele condecorou o general José Antonio Nogueira Belham com a medalha Imperador Dom Pedro 2º.

Folha corrida O oficial comandou o DOI-Codi do Rio no período mais brutal da ditadura militar. No mês passado, virou réu na Justiça Federal sob acusação de participar da morte, sob tortura, do ex-deputado Rubens Paiva. Ele se declara inocente.

TIROTEIO

Alckmin usou o Procon como arma de negociação política. Agora que o órgão foi rifado, a quem o consumidor vai recorrer?

DE ALEXANDRE PADILHA, candidato do PT ao governo paulista, sobre a entrega do Procon ao PRB em troca do apoio do partido a Geraldo Alckmin (PSDB).

CONTRAPONTO

Apelo ao padre

O candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, não poupa orações para tentar atrair novos aliados. No último domingo (15), ele foi a uma missa em Tambaú com o deputado Guilherme Campos (PSD-SP), aliado de Gilberto Kassab. Os dois rezaram lado a lado na celebração do padre Donizetti, famoso na região.

—Tenho certeza de que o padre Donizetti vai interceder pela nossa aliança —brincou Skaf.

Descrente, uma assessora de Campos retrucou:

—Se essa aliança der certo, o padre vai ser beatificado. E se ganhar a eleição, ele merece ser canonizado!