Ao adiar escolha do vice, Aécio lança última tentativa para atrair PSD
Cartada final Ao adiar a escolha do vice para o dia 30, o tucano Aécio Neves lança a última ofensiva para tentar atrair o PSD de Gilberto Kassab. Tucanos dizem que Henrique Meirelles, o ex-presidente do Banco Central, deseja a vaga. Falta convencer o ex-prefeito, que comanda a sigla, a abandonar a aliança de Dilma Rousseff (PT). Se ele não topar, o vice será escolhido entre três opções do PSDB: o senador Aloysio Nunes (SP), o ex-senador Tasso Jereissati (CE) e a ex-ministra do STF Ellen Gracie.
Fora do baralho Apesar das homenagens na convenção do último sábado, o ex-governador José Serra (PSDB) está fora dos planos.
Acabou o amor A campanha de Alexandre Padilha (PT) em São Paulo estuda ir à Justiça contra Paulo Skaf (PMDB), que adotou o slogan “Mudança de verdade”.
Isso aqui vai virar O lema é quase igual ao “Para mudar de verdade”, usado pelo ex-ministro. “Foi um gesto pequeno, miúdo, rasteiro e desleal”, diz Emidio de Souza, presidente estadual do PT.
Nova política O PP quer indicar Cunha Bueno, 65, para a vice de Padilha. Oito vezes deputado, ele pertenceu à Arena, sigla de sustentação da ditadura militar.
Maluf que fez De Jesse Ribeiro, secretário-geral do PP, sobre o aliado: “Pode existir alguém tão leal a Paulo Maluf quanto ele. Mas ninguém foi mais leal que ele”.
Vote no rei O ex-deputado defendeu a volta da monarquia no plebiscito de 1993.
Vote no bispo Se o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não entregar o Procon ao PRB, o presidente da sigla, Marcos Pereira, tentará se lançar ao Senado na chapa do peemedebista Paulo Skaf.
Camisa 21 Lula está encantado com os lançamentos de Pirlo, o meia da Itália. Anda comparando o barbudo a Gerson, o canhotinha de ouro.
Camicase O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo (PT), comprou briga com colegas ao convocar sessão ontem às 15h, apenas uma hora antes do início de Brasil x México.
Sem-bola O petista queria acelerar a tramitação do projeto que permite a construção de casas na área ocupada pelo MTST em Itaquera, na zona leste. Mas os vereadores só pensavam na Copa.
Guevara Um dos mais ansiosos era Marquito (PTB), o humorista, que nem vestiu terno para ir à Câmara. Outro vereador tentou enquadrá-lo, mas Américo aliviou. “Vão pedir que eu, um revolucionário rebelde, casse o voto dele por estar sem paletó?”
Stalin Ainda assim, o petista cortou a palavra de Aurélio Miguel (PR), que apelava pelo fim da sessão. “Eu sou alfabetizado! Vou ler o regimento: você só pode falar quando eu lhe der a palavra”, disse o trotskista ao judoca.
Haja coração Faltando 30 minutos para a bola rolar, Floriano Pesaro (PSDB) se desesperou: “Desse jeito, vai ter que descer um telão e nós vamos assistir ao jogo aqui!”
Patriota Com a partida se aproximando, Aurélio Miguel voltou à carga. Américo exigiu votação nominal. Só Coronel Telhada (PSDB), da bancada policial, admitiu que preferia correr para a TV.
Cabeça longe Quando o hino nacional já ecoava em Fortaleza, um vereador gritou: “Neymar vota sim!”
Fim de papo Não houve jeito de derrubar a sessão antes do jogo. Só aos 34 minutos do primeiro tempo, após a leitura do texto do MTST, Américo encerrou os trabalhos. “Até amanhã, se Deus assim o permitir”, despediu-se.
TIROTEIO
“Ou a ministra não leu as propostas ou está mal intencionada. No governo Aécio, não há risco de retrocesso nos programas sociais.”
DA SENADORA LÚCIA VÂNIA (PSDB-GO), sobre declaração de Tereza Campello (Des. Social) de que projetos apoiados pelo tucano debilitam o Bolsa Família.
CONTRAPONTO
Um perna de pau na Câmara
Muito antes de eleger o deputado Tiririca (PR-SP), o eleitorado paulistano deu um mandato de vereador a Biro-Biro, o folclórico meia do Corinthians. Ele se filiou ao extinto PDS, a convite de Paulo Maluf, e recebeu quase 40 mil votos na eleição de 1988. Ao trocar o gramado pelo plenário, passou a imitar os colegas mais populistas.
—Naquela época, a gente podia dar cesta básica no gabinete —lembrou, em entrevista recente à “Apartes”, a revista editada pela Câmara Municipal de São Paulo.
Longe da política, Biro-Biro foi sincero na autocrítica:
—Como vereador, fui um perna de pau…