Campanha de Padilha quer deixar Dilma e Haddad em segundo plano
Melhor sem eles A campanha do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo pretende manter em segundo plano os apoios de Dilma Rousseff e Fernando Haddad. O motivo são as pesquisas que mostram a irritação de boa parte do eleitorado paulista com a presidente e com o prefeito da capital. Até o momento, a ordem é apostar todas as fichas no prestígio do ex-presidente Lula, que bancou a candidatura do ex-ministro. A Dilma e Haddad, sobrariam papéis de discretos coadjuvantes.
Sem pânico Aos petistas mais alarmados com seus 3% no Datafolha, Padilha continua a repetir o mantra de que o partido nunca fica abaixo dos 30% no Estado. Ele diz que só estará fora do segundo turno se “errar demais”.
Em campo O ex-governador José Serra (PSDB) fez uma rodada de consultas a prefeitos do interior do Estado. O objetivo: medir os riscos de derrota caso decida se candidatar ao Senado.
Na arquibancada O governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu na última hora assistir à estreia do Brasil na Copa, no Itaquerão. Sua equipe ficou dividida sobre a decisão de ir ao estádio.
Balança Para alguns aliados, o governador deveria manter distância de uma possível vaia a Dilma. Para outros, seria pior ser acusado de se esconder. O Palácio dos Bandeirantes só confirmou sua presença às 23h.
No sofá Paulo Skaf (PMDB), o segundo colocado nas pesquisas, assistirá ao jogo em casa. Prometeu à mulher que vai preparar o almoço do Dia dos Namorados.
Torcida discreta Com o pronunciamento na TV e a carta aos jogadores, a equipe de Dilma quis compensar a linha discreta que ela deve adotar hoje no Itaquerão.
A propósito A presidente também evitou visitar a Granja Comary, ideia que foi discutida no Planalto.
No aquecimento De um parlamentar do PT que jantou com Lula há poucos dias: “Ele é o nosso melhor jogador e está no banco de reservas. Se o time continuar perdendo, vai pedir para entrar”.
Na vontade E o ex-presidente quer voltar? “Ele está mordendo os calcanhares”, diz o mesmo petista.
Tudo acabado Aécio Neves (PSDB) disse a amigos estar surpreso com Eduardo Campos (PSB), que não o parabenizou pelo nascimento dos gêmeos Julia e Bernardo, no sábado passado.
Baile encerrado Em janeiro, Aécio telefonou para o rival no dia em que nasceu seu caçula, Miguel. Na semana seguinte, foi ao Recife visitar a família Campos.
Atordoado fiquei Os dois presidenciáveis, que conversavam quase todo dia por telefone, já não se falam há cerca de um mês.
Plim-plim Em empate técnico com Campos, o nanico Pastor Everaldo (PSC) tem dito a aliados que vai cobrar das emissoras de TV aberta espaço igual ao do ex-governador de Pernambuco em debates e telejornais.
Também quero Claudia Lyra, a poderosa secretária-geral do Senado, vai se candidatar a deputada distrital em Brasília pelo PMDB.
Cofre fechado O governo indicou a líderes no Congresso que não permitirá a aprovação de mais uma bomba orçamentária: o projeto que cria bônus salarial para juízes por tempo de serviço.
Plano B O Planalto admite discutir com os magistrados uma outra proposta que altere as carreiras e crie uma diferença de 35% entre o piso e o teto da magistratura.
TIROTEIO
“Ao expulsar um advogado, o ministro Joaquim Barbosa resumiu a forma ditatorial com que comandou o STF nos últimos anos.”
DO VICE-PRESIDENTE DO PT ALBERTO CANTALICE, sobre a ordem para seguranças retirarem o advogado do petista José Genoino do plenário do STF.
CONTRAPONTO
Noventa milhões em ação
Na estreia na Copa de 1970, os presos do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) carioca se dividiram entre torcer contra ou a favor do Brasil. Muitos achavam que o tricampeonato fortaleceria a ditadura. Outros diziam que a seleção era do povo, não dos militares.
—A divisão foi mais ou menos ao meio —lembra o ex-preso político Cid Benjamin, no livro “Gracias a la Vida”.
No fim, o Brasil bateu a antiga Tchecoslováquia: 4 a 1.
—Alguns dos que não queriam torcer para a seleção viraram casaca e também festejaram a vitória —entrega Benjamin, que vibrou desde o início com o time de Pelé.