Supremo autoriza inquérito contra ex-secretários de Alckmin

Bruno Boghossian

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou abertura de inquérito contra os deputados federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP), suspeitos de envolvimento no cartel do metrô de São Paulo.

Em decisão proferida ontem, Mello apontou que, apesar de não haver prova ou indício contra os dois ex-secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP), as acusações feitas por um dos delatores do caso é suficiente para a abertura da investigação.

“É cedo, muito cedo para se chegar a uma conclusão sobre a participação ou não dos referidos parlamentares. Por ora, é suficiente ao aprofundamento das investigações o que foi declarado pelo colaborador”, escreveu o ministro.

Um delator não identificado nos autos afirmou que Garcia e Aníbal receberam pagamentos de empresas suspeitas de envolvimento no cartel.

Mello autorizou que sejam ouvidas testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República e indeferiu o pedido de cooperação internacional para obtenção de informações sobre o cartel em países como Luxemburgo e Suíça.

O deputado José Aníbal criticou o procurador-geral Rodrigo Janot e disse que as testemunhas devem ser ouvidas imediatamente para que seja provada a “infâmia” do delator. “As pessoas que ele associa a meu nome já se dispuseram a ser ouvidas. Até agora, só falou um bandido delator, que está prestando um serviço ao PT e deve ser preso”, declarou o tucano.

O advogado de Garcia, Alexandre de Moraes, afirmou que a decisão foi “exatamente a esperada”. “A oitiva das testemunhas não vai confirmar as afirmações inverídicas do delator para que o inquérito seja arquivado.”