Governador do ES anuncia candidatura e apoio a Campos

Vera Magalhães

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), decidiu antecipar o lançamento de sua pré-candidatura à reeleição e sair do muro na disputa nacional.

Se antes Casagrande costumava dizer que seria “neutro” na sucessão presidencial, pelo fato de ter PT e PMDB em sua aliança, a provável entrada do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) no páreo estadual o levou a declarar nesta terça-feira seu “alinhamento” ao presidenciável de seu partido, Eduardo Campos.

“Decidi me alinhar à posição do meu partido e anunciar que seguirei aqui os ditames da direção nacional, agora que as alianças aqui estão em aberto”, afirmou na terça à coluna.

Hartung aparece na frente nas primeiras sondagens feitas por institutos capixabas desde que colocou seu nome à disposição do PMDB para tentar um novo mandato no Estado. Ele tinha deixado o governo em 2010 com recorde de aprovação e apoiou Casagrande à sua sucessão.

Pesquisa do instituto Futura para o jornal “A Gazeta”, divulgada no último fim de semana, mostra Hartung com 34,1% e Casagrande logo atrás, com 30%, o que configura situação de empate técnico.

Fonte: Pesquisa instituto Futura para o jornal "A Gazeta"
Fonte: Pesquisa instituto Futura para o jornal “A Gazeta”

Pressões do PT nacional, encabeçadas pelo ex-presidente Lula, levaram o peemedebista a reconsiderar sua decisão anterior de não disputar com o antigo aliado. Ele e Casagrande hoje estão afastados politicamente, mas a distribuição dos partidos no xadrez eleitoral do Estado ainda é incerta.

O PT tem o vice-governador do Estado, Givaldo Pereira, e várias secretarias, e pretendia se contrapor à decisão da Executiva Nacional de não fazer alianças com o PSB de Eduardo Campos. Mas a possível entrada de Hartung no jogo mudou o quadro, e o PT negocia agora uma aliança com o PSB.

No outro pólo, tanto o governador quanto o peemedebista negociam o apoio do PSDB no Estado. Ao anunciar seu “alinhamento” à política nacional do partido, Casagrande também deixa a porta aberta para abrir o palanque também para o tucano Aécio Neves, como ocorre em outros Estados em que os dois partidos selaram um pacto de não-agressão.