Polêmica sobre manifesto do PSB é ‘cretinice’, diz vice do partido

Bruno Boghossian

O vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse que a proposta de alteração do manifesto do partido não deve sequer ser discutida e que a polêmica criada em torno do texto é uma “cretinice”. Ele destacou que o manifesto original da sigla estabelece diretrizes da atuação política do partido no momento de sua criação e não tem nenhuma relação com o programa de governo e com os projetos apresentados pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB).

“Perdoe-me a expressão, mas isso é uma cretinice”, disse Amaral à coluna. “As pessoas não reconhecem a diferença entre um manifesto partidário e um programa de governo. Essa é uma falsa polêmica alimentada pela imprensa.”

Segundo Amaral, considerado um dos dirigentes da legenda com opiniões mais à esquerda, a proposta de retirar do manifesto escrito em 1947 trechos que defendem a “socialização dos meios de produção” e limites à propriedade privada “não está em discussão”.

“Não há sentido em fazer nenhuma mudança enquanto houver a letra S na sigla do Partido Socialista Brasileiro”, declarou.

O vice-presidente do PSB disse que a manutenção do texto não significa que o partido implementará essas medidas. “Esses princípios se aplicam a um modelo socialista, e nós não estamos propondo governar em um modelo socialista. Estamos propondo governar em condições do sistema capitalista, respeitando todas as regras do jogo. Nós sequer falamos em revolução no manifesto. Não há condições estruturais para essa transformação.”