Cardozo e Wagner se reúnem para tratar de crise de segurança na Bahia

Paulo Gama
Com a PM em greve, soldados do Exército fazem segurança de hospital  na periferia de Salvador (Joel Silva/ Folhapress
Com PMs em greve, Exército faz segurança de hospital na periferia de Salvador (Joel Silva/Folhapress)

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro interino da Defesa, Juniti Saito, se reúnem no início da tarde desta quinta-feira (17) com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), para discutir a crise na segurança no Estado que se instalou com o início da greve da Polícia Militar ontem.

O comando da segurança no Estado foi transferido para o general Racine Bezerra Lima, após a assinatura de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem pela Presidência, em função da greve.

Com isso, 2.500 homens do Exército e 250 da Força Nacional começaram a ser deslocados para o Estado.

Entre as demandas dos PMs em greve, está um pedido de aumento em gratificações.

“Salário todo mundo merece melhor, mas temos a responsabilidade com gastos de custeio. Estou num ano eleitoral, se eu pudesse, era melhor pagar todo mundo que me pede e fico lindo na foto. Dizer que não dá é da minha responsabilidade, fiscal e financeira”, disse Wagner à coluna.

O governador diz que apenas um dos itens da pauta dos grevistas teria um impacto anual de R$ 600 milhões para o governo baiano.

A Justiça baiana declarou a greve ilegal e determinou o fim do movimento. Os PMs, contudo, mantêm a paralisação.

“Estamos em processo de negociação, não fechei as portas. A minha expectativa é que a gente termine esse processo hoje ou amanhã”, diz Wagner.

O governador, no entanto, criticou a condução das negociações por parte dos grevistas, lideradas pelo soldado Marco Prisco, vereador pelo PSDB em Salvador.

“Não sei se é falta de experiência: eu fiz uma proposta, o cara em vez de trazer uma contraproposta, ele paralisa.”