Após estatal mineira culpar Planalto por alta da tarifa, governo irá à Justiça
Alta tensão O Planalto vai reforçar a batalha para evitar que reajustes na conta de luz este ano desmontem o discurso de Dilma Rousseff sobre a redução da tarifa. A gestão petista decidiu partir para cima do governo de Minas e da Cemig pela propaganda em que a estatal de energia mineira responsabiliza o governo federal pela alta de 14% na tarifa elétrica. A AGU vai acionar o Estado governado pelo PSDB na Justiça Eleitoral por uso da máquina pública e no Conar por propaganda enganosa.
Sem Fla-Flu Na propaganda do PSDB de hoje, Aécio Neves tenta abandonar a polarização entre seu partido e o PT, que costuma dominar as eleições. “Vamos virar a página dessa tentativa de fazer sempre essa divisão entre nós e eles”, diz o senador, para quem os críticos ao governo não são “pessimistas”.
Herança Apesar da troca de marqueteiros, os tucanos decidiram reproduzir o formato de “conversa com os brasileiros”, lançado quando Renato Pereira comandava a publicidade do partido.
Tudo junto Além de um convite da iniciativa privada e da falta de pagamentos do PT, a saída de Eduardo Oinegue da comunicação da campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista teve mais um motivo: desentendimentos com Maurício Carvalho, braço de João Santana.
Escaldado Diante dos dois eventos de ontem em que Geraldo Alckmin (PSDB) não respondeu a perguntas de jornalistas, um integrante do estafe tucano brincou com a crise hídrica pela qual passa o Estado: “Está parecendo gato: falou em água ele foge”.
Instinto selvagem Internado no Sírio-Libanês desde terça-feira por conta de uma bacterimia (presença de bactérias no sangue), José Serra comentou com interlocutores que ao menos um aspecto é positivo: está no mesmo quarto em que Sharon Stone passou duas noites no final de semana retrasado.
Cartilha O depoimento de Nestor Cerveró na Câmara ocorreu exatamente como o Planalto esperava: apesar de ter tentado se preservar, sem assumir que a compra da refinaria de Pasadena foi um mau negócio, o ex-diretor da Petrobras nem chegou perto de atingir Dilma Rousseff.
Mal a pior Ao desistir de renunciar a seu mandato, André Vargas (PT-PR) desabafou a petistas mais próximos e disse que foi “prejulgado” por integrantes do Conselho de Ética. Sentiu que, caso deixasse a Câmara, ficaria isolado e seria condenado de qualquer jeito.
Como está Também pesou na decisão um entendimento que se cristalizou na Secretaria-Geral da Câmara: o processo de cassação não poderia ser rejeitado pelo Conselho de Ética devido à renúncia. Antes, petistas acreditavam que a admissibilidade poderia ficar prejudicada pela saída de Vargas.
Mais teto O governo federal já convocou representantes de construtoras para apresentar o esboço da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida. A ideia, segundo as empreiteiras, é lançar o projeto em agosto.
Debandada O PT e o governo Dilma já sabiam que a cúpula do PMDB-RJ ameaçava apoiar a candidatura de Aécio ao Planalto, mas os petistas ficaram surpresos com a adesão de articuladores políticos da gestão de Luiz Fernando Pezão. É o caso do líder do governo na Assembleia, André Corrêa (PSD).
Prestando contas Assessores do Planalto notaram: nos dois discursos públicos que fez ontem, Dilma falou por um total de 1h19min. Só na abertura da reunião do Conselhão, foram quase 60 minutos.
TIROTEIO
“Pelos elogios que foram feitos a Nestor Cerveró pelo PT e pela bancada governista, custa-se a entender por que ele foi demitido.”
DO LÍDER DO PSB NA CÂMARA, BETO ALBUQUERQUE (RS), sobre o ex-diretor da Petrobras e ex-presidente da BR Distribuidora, demitido após o caso Pasadena.
CONTRAPONTO
Mercadorias e futuros
Durante o depoimento do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, ontem na Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) tirou do bolso do paletó um extrato de uma corretora financeira. Com o documento à mão, o tucano bradou para os colegas:
— Comprei ações da Petrobras por R$ 1.000 e hoje elas valem pouco mais de R$ 400 –disse, reclamando da depreciação dos papéis da empresa.
O petista Fernando Ferro (PE), que participava da oitiva, rebateu o rival com ironia:
— Se não quiser, eu quero! Eu compro de V. Exa.!