‘Exterminador de petistas’ vai relatar caso André Vargas

Vera Magalhães
José Dirceu e  Júlio Delgado, que relatará o caso André Vargas, na leitura do relatório em que o deputado pediu a cassação do ex-ministro em 2005 (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)
José Dirceu e Júlio Delgado, que relatará o caso André Vargas, na leitura do relatório em que o deputado pediu a cassação do ex-ministro em 2005 (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), escolhido para relatar o pedido de cassação contra o deputado André Vargas (PT-PR) no Conselho de Ética da Câmara, tem nos corredores da Casa o apelido de “exterminador de petistas”.

Coube a ele relatar, em 2005, o processo contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado na época de comandar o esquema que ficou conhecido como mensalão. No início, pelo fato de o PSB ser da base aliada, a aposta era que Delgado faria um parecer pela absolvição do petista.

Mas o mineiro fez um voto duríssimo pela cassação, que foi aprovado no  Conselho de Ética e, depois, no plenário da Câmara. Dirceu foi o único dos petistas acusados de participação no mensalão que teve a cassação aprovada pelos deputados em voto secreto.

Além dele, só o delator do mensalão, Roberto Jefferson (PTB-RJ), e o então presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), foram cassados. Todos os demais foram absolvidos.

Delgado faz parte, juntamente com o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), e o paulista Márcio França do time de deputados mais próximos do presidenciável do PSB, Eduardo Campos. Em Minas, cultiva bom relacionamento com o também postulante ao Planalto Aécio Neves (PSDB).

Desde o episódio Dirceu, suas relações com o PT nunca mais se restabeleceram. O mineiro costuma fazer contundentes críticas ao governo Dilma Rousseff e, na última eleição para a presidência da Câmara, disputou contra a chapa composta por PMDB e PT, encabeçada por Henrique Alves com o agora réu no conselho André Vargas como primeiro vice.