Empresa acusada de cartel em SP emprega filho de assessor de Alckmin
Laços de família A empresa espanhola CAF, acusada pelo Cade de integrar um cartel que atuou para fraudar licitações de trens em São Paulo e outros Estados, contratou em fevereiro o filho de um dos principais conselheiros do governador Geraldo Alckmin (PSDB) como presidente no país. O engenheiro Renato de Souza Meirelles é filho de João Carlos Meirelles, assessor especial do tucano. Em dezembro, o governo paulista processou a CAF e outras 13 firmas para cobrar indenizações por desvios do cartel.
Outro lado 1 Meirelles disse à coluna que o caso foi analisado pelo Palácio dos Bandeirantes e que não há constrangimento nem conflito de interesses. “Não sou presidente de nenhuma das empresas com as quais a CAF tem relacionamento”, afirmou. “Eu e minha família estamos durante séculos com as mãos limpas.”
Outro lado 2 Segundo Meirelles, Renato, que é engenheiro e já trabalhava em outra empresa multinacional, foi chamado por uma empresa que fazia o recrutamento por ter experiência em grandes sistemas e passou por uma seleção internacional para assumir o posto.
Outro lado 3 Nota da assessoria de imprensa de Alckmin diz que Meirelles “não tem qualquer poder decisório sobre administrações autônomas, projetos ou licitações das empresas metroferroviárias do Estado”. “Seu cargo tampouco ordena despesas nem está vinculado a qualquer secretaria”, diz o texto.
Nem me viu A ausência de Alckmin no jantar oferecido anteontem pela comunidade judaica ao presidenciável tucano, Aécio Neves, na capital paulista, foi notada por participantes do evento.
No limite Na reunião de ontem com Dilma, Sérgio Cabral (PMDB) avisou que vai acionar a Justiça caso o governo federal autorize a retirada de água do rio Paraíba do Sul para abastecer São Paulo. “Não aceito que o Rio pague essa conta”, disse o governador à presidente.
Nem aí Auxiliares do tucano, por sua vez, dizem ver apenas motivação política e eleitoral nas críticas do governador do Rio ao projeto defendido pela administração paulista: “Nós estamos zen”, diz um secretário.
Pente-fino Auxiliares de Dilma Rousseff se debruçaram sobre todas as atas das reuniões do Conselho de Administração da Petrobras a partir de 2006, quando começou a ser discutida a compra da refinaria de Pasadena, para se certificar de que não havia outras manifestações da presidente sobre o negócio. Não encontraram nada.
Aval O Palácio do Planalto ficou aliviado ao ouvir as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e José Serra contra a abertura de uma CPI para investigar a Petrobras. Acredita que, assim, a iniciativa perderá força mesmo dentro do PSDB.
Combustível Deputados do PMDB insatisfeitos com a liberação de recursos pelo governo Dilma agora ameaçam assinar o requerimento de instalação da CPI. A bancada da sigla, no entanto, prefere adotar tom cauteloso para preservar as relações do partido com o Planalto.
Vem pra rua Aliado de Aécio, o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) vai tentar capitalizar a denúncia contra a estatal. A Força Sindical, entidade à qual ele é ligado, começa a articular um ato em defesa da Petrobras.
Exército O presidente do PT, Rui Falcão, se reúne em São Paulo na segunda-feira com dirigentes das secretarias de juventude, de combate ao racismo e sindical para planejar a mobilização para a campanha de rua de Dilma.
TIROTEIO
“Dilma precisa entrar em um acordo com Gabrielli e Graça Foster sobre quem está mentindo: o placar está 2 a 1 contra ela.”
DO DEPUTADO ANTONIO IMBASSAHY (BA), líder do PSDB na Câmara, sobre as contradições nas justificativas para a compra de Pasadena pela Petrobras.
CONTRAPONTO
Capital de curto prazo
Em jantar na última quinta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) elencou reformas que pretende fazer se chegar à Presidência: reduzir de 40 para 22 o número de ministérios e instalar uma secretaria de desburocratização para promover alterações tributárias.
Questionado se teria capital político para tanto, contou episódio envolvendo seu avô, Tancredo. Ao chegar a Belém, o mineiro foi assediado por uma multidão. Aécio, espantado ao seu lado, perguntou:
— O que o senhor vai fazer com tanta popularidade?
— Gastar em três meses fazendo reformas—respondeu.