Barroso, relator do mensalão tucano, diz a Barbosa que seu voto está pronto

Painel

A vez dos tucanos O ministro Luís Roberto Barroso avisou ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, que já está em condições de levar a plenário seu voto no caso do mensalão mineiro. Agora cabe a Barbosa marcar a data do julgamento, o que só deve ocorrer a partir de semana que vem. A primeira discussão dos ministros será se o processo continua no Supremo depois que Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de peculato e lavagem de dinheiro, renunciou ao mandato de deputado federal.

Fila Barbosa havia programado para a semana que vem a retomada da discussão dos processos sobre as perdas dos planos econômicos das décadas de 80 e 90, outro julgamento de grande repercussão, principalmente na esfera econômica.

Dilema Ministros acreditam que a discussão deve se estender, o que empurraria o mensalão mineiro para abril. Mas o presidente da corte não quer postergar a análise do caso que foi o piloto do escândalo nacional para não ser acusado de adotar dois pesos e duas medidas.

Pacote Dilma Rousseff quer fazer ainda nesta semana quatro trocas no primeiro escalão. O novo ministro da Agricultura deverá ser o atual secretário de política agrícola, Neri Geller, que trocou o PP pelo PMDB em 2013.

Bombeiro O atual titular da pasta, Antonio Andrade, pediu para antecipar sua saída para conter um movimento de aproximação do partido em Minas com o PSDB. O presidente em exercício da sigla, Saraiva Felipe, negocia com o tucano Marcus Pestana.

Assédio Ontem, Pestana ainda procurou Clésio Andrade (PMDB-MG) para convidá-lo para ser candidato à reeleição para o Senado na chapa de Pimenta da Veiga (PSDB).

Reencarnação As outras substituições serão: Desenvolvimento Agrário (Miguel Rossetto), Cidades (Gilberto Occhi) e Desenvolvimento. Fernando Pimentel deve reassumir o cargo para transmiti-lo a Mauro Borges.

Estágio Beto Vasconcelos, que ficará na chefia de gabinete de Dilma no lugar de Giles Azevedo, de saída para a campanha, passou o dia ontem no Planalto se inteirando das suas novas funções.

No ábaco O Planalto faz suas contas sobre o apoio do PMDB à reeleição de Dilma: ontem, um ministro disse que os diretórios de Bahia e Pernambuco são “irrecuperáveis”, mas que a maioria dos delegados apoia a petista.

Meio cheio Na conversa que teve ontem com Michel Temer, Eduardo Cunha (RJ) disse ao vice que o PT tem um “projeto hegemônico” que afasta aos poucos os partidos da coalizão. Temer ponderou que a aliança também deu ganhos ao PMDB.

Quinta coluna Petistas se irritaram com Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Dizem que o presidente da Câmara entrou no jogo de Cunha nos últimos dias e passou a usar a pauta da Casa para apoiar suas pressões.

Ilustração: Alves

A casa é sua Depois de duas horas de reunião da bancada do PMDB, Cunha fez uma pausa para ir ao banheiro. Na volta, tentou fugir dos repórteres, mas quase entrou numa reunião da bancada do oposicionista DEM.

Mais valia Paulo Skaf reuniu-se ontem com Paulinho da Força, presidente do SDD. O sindicalista, que apoia a reeleição de Geraldo Alckmin, disse a interlocutores que o peemedebista está à procura de um vice ligado à classe trabalhadora.

Visita à Folha Thomas Traumann, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

“O governo oferece banquete de compadres para os grandes empresários e dá uma banana com inflação para os trabalhadores.”

DE MIGUEL TORRES, presidente da Força Sindical, sobre encontro do ministro Guido Mantega (Fazenda) com o empresariado, marcado para hoje, em Brasília.

CONTRAPONTO

Pra mim tanto faz

Em sessão da Câmara, Silvio Costa (PSC-PE) foi chamado para defender voto contrário a uma emenda, mas passou a apoiá-la. No meio da fala, justificou-se:

— Desculpem-me. A Mesa cometeu um equívoco: ela me colocou para falar como não, e eu estou aproveitando.

— Só para registrar: V. Exa. se inscreveu aqui para falar contra, apesar de ser favorável à emenda —reclamou o presidente, Maurício Quintella Lessa (PR-AL)

— Eu me arrependi. Eu tenho o direito —rebateu Costa.

— De se arrepender, sim, mas de acusar a Mesa não —arrematou Lessa, arrancando risadas do plenário.