Defesa de Lula contesta ação sobre instituto com emails de Odebrecht e FHC
Mensagem para você A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao juiz Sergio Moro na segunda-feira (30) que anexe nove emails de Marcelo Odebrecht ao processo que trata da compra de um terreno destinado ao Instituto Lula. Na avaliação dos advogados, as mensagens lançam dúvidas sobre depoimentos do empresário e podem ajudar a rebater uma das principais teses do Ministério Público, que trata como ilegais as doações feitas ao Instituto Lula por empreiteiras investigadas pela Lava Jato.
Para todos Cinco emails encontrados pela defesa do líder petista tratam de contribuições para o instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje uma fundação. Há duas mensagens do próprio FHC pedindo doações a Marcelo em 2010.
Veja bem Para os advogados, os emails mostram que contribuições para entidades como as criadas pelos dois ex-presidentes são legítimas e não deveriam ser vistas como criminosas, como os procuradores sustentam no caso do petista.
Ao pé da letra Outras quatro mensagens parecem contrariar depoimentos em que Marcelo apontou Branislav Kontic, braço direito do ex-ministro Antonio Palocci, como a pessoa identificada como B nas planilhas da Odebrecht e associada a pagamentos que teriam sido feitos a Lula.
Leitura dinâmica A defesa de Lula achou os emails no acervo com milhares de mensagens recuperadas por Marcelo depois que saiu da prisão, em dezembro. Moro deu aos advogados do petista 15 dias para examinar o material.
Última que morre Advogados que acompanham a ação do PC do B que pede para o Supremo Tribunal Federal rever a orientação sobre prisões após condenação em segunda instância voltarão a fazer romaria na corte nos próximos dias. Eles já estiveram com 7 dos 11 integrantes da corte.
Correio elegante A Frente Brasil Popular, formada por movimentos sociais e grupos de esquerda, confeccionou cartões postais a serem destinados exclusivamente à presidente do STF, Cármen Lúcia. A ideia é que militantes escrevam pedindo para à ministra que paute a ação sobre prisões em segundo grau.
No escaninho Levantamento feito por um ministro do STF indica que há na corte 399 investigações e 86 ações penais contra deputados e senadores que foram iniciadas no tribunal e podem ser afetadas pelas restrições que a corte deve impor ao foro especial de parlamentares nesta semana.
Linha de corte O debate sobre o assunto será retomado nesta quarta (2). Processos referentes a crimes anteriores aos mandatos devem ser transferidos para outras instâncias, mas falta definir o que fazer com casos prontos para julgamento e outras situações.
Duro de roer O ministro Gilberto Kassab (Comunicações) terá que desagradar um antigo aliado se quiser antecipar o apoio do PSD ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Guilherme Afif diz que submeterá seu nome como candidato ao Planalto à convenção do partido, em julho.
Separados “Lá atrás, fizemos toda a força para fundar o PSD e Alckmin fez tudo para afundar”, diz Afif, que foi vice do tucano, mas afastou-se dele após virar ministro do governo Dilma Rousseff (PT). “É impossível a gente marchar junto.”
Põe na sacola O ex-prefeito João Doria (PSDB) diz estar quase fechado com o PRB, do deputado Celso Russomanno, e espera anunciar o apoio à sua candidatura ao governo de São Paulo nos próximos dias. O tucano já conta com o apoio do PSD na disputa estadual.
Segunda opção Em busca de um nome para entrar na corrida ao Palácio dos Bandeirantes e garantir palanque para o presidenciável Ciro Gomes em São Paulo, o PDT tenta convencer o ex-prefeito de Suzano Marcelo Candido a se candidatar. O ex-secretário Gabriel Chalita não quis concorrer.
TIROTEIO
A mudança no STF sobre o alcance do foro pode ser uma armadilha. Não há garantia de que os casos ganharão celeridade
Do advogado Fábio Tofic Simantob, questionando a tese de que, fora do STF e do STJ, processos sobre políticos terão desfecho mais rápido