Petistas veem Josué Alencar como opção de vice mesmo com Lula fora da eleição
Na mesma trilha O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a conversar com o empresário mineiro Josué Alencar, dono da Coteminas, sobre a vaga de vice da sua chapa. Filho de José Alencar (1931-2011), o vice de Lula em seus dois mandatos, e hoje filiado ao MDB, Josué precisaria trocar de partido para embarcar na caravana petista. Como o prazo para filiações termina em 7 de abril, terá que decidir sem saber se Lula conseguirá vencer os vários obstáculos impostos pela Justiça à sua candidatura.
Segunda opção Nos planos do PT, Josué poderia ser mantido como vice mesmo se Lula for impedido de concorrer ao Planalto por causa da Lei da Ficha Limpa, cenário em que o ex-ministro Jaques Wagner ou outro petista assumiria a cabeça da chapa.
No aquecimento Enquanto a situação de Lula não se define, a estratégia do PT é manter possíveis substitutos do ex-presidente focados nas campanhas locais. Wagner deve concorrer na Bahia a uma das duas vagas em jogo no Senado.
Nas ruas Os petistas planejam atos em defesa de Lula na semana em que o Supremo Tribunal Federal retomará o julgamento do seu habeas corpus. O partido organiza uma manifestação no Rio no dia 2 de abril e uma vigília em Brasília nos dias 3 e 4.
Com todos Dirigentes do PT cogitam pedir adiamento do julgamento se os 11 ministros da corte não estiverem presentes. Falta falar com os advogados de Lula. Considerado voto certo a favor do petista, Gilmar Mendes tem viagem marcada para Portugal.
Questão de foro A Polícia Federal designou casos sobre políticos com foro especial no Superior Tribunal de Justiça ao mesmo grupo que cuida dos inquéritos que estão no STF a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Presta atenção Dodge fez a reivindicação a Rogério Galloro no início do mês, pouco depois da posse do novo diretor-geral da PF.
Em casa Com a saída de Fernando Coelho Filho (MDB) para disputar as eleições, dois integrantes da cúpula do Ministério de Minas e Energia estão cotados para assumir a pasta: o secretário-executivo do ministério, Paulo Pedrosa, e o secretário de Petróleo, Márcio Félix.
Segundo time Pedrosa tem o apoio de Coelho Filho, mas o presidente Michel Temer resiste à ideia de nomear secretários-executivos para assumir os ministérios. Não quer dar a impressão de que o governo passará a ser conduzido pela equipe reserva durante a campanha eleitoral.
Em movimento O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, que também tem buscado apoio para suas aspirações presidenciais, terá novos encontros com dirigentes do MDB e do PRB na próxima semana. Pessoas próximas ao presidenciável dizem que as conversas com os dois partidos estão avançadas.
Na equipe O economista José Luis da Costa Oreiro, professor da Universidade de Brasília conhecido pela orientação desenvolvimentista, tem procurado banqueiros e investidores para falar sobre os planos do presidenciável Ciro Gomes (PDT) para a economia.
Ao seu tempo Filiado ao PSC, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, deixará a instituição até o fim da próxima semana e começará a viajar pelo país para tentar viabilizar sua candidatura presidencial.
Todos por um O vereador Eduardo Suplicy (PT) será aclamado como candidato dos petistas a uma vaga no Senado em encontro do diretório paulista do partido neste sábado (24). A segunda vaga na chapa é disputada pela vereadora Juliana Cardoso e pelo ex-secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto.
TIROTEIO
A opção do STF de julgar o caso individual de Lula antes de definir o que deveria valer para todos poderá confundir a opinião pública.
DE TÉCIO LINS E SILVA, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, sobre a decisão do STF de julgar Lula e não as ações sobre prisão na segunda instância.
CONTRAPONTO
O que importa é a letra
Na quarta (21), senadores discutiam o plantio de cana-de-açúcar na região amazônica quando Otto Alencar (PSD-BA), contrário ao projeto, perguntou aos colegas:
— Conhecem a música “Matança”? Já ouviram falar? É uma música do Xangai que o Geraldo Azevedo canta.
Alencar perguntou então ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), se podia cantar a música.
— É sobre o que aconteceu na Mata Atlântica e vai acontecer na Amazônia — explicou. — Ela diz mais ou menos assim, mas quero deixar claro que não sou cantor.
— Recite, então, senador — disse Eunício.
Alencar cantou a música inteira e foi aplaudido no fim.
RICARDO BALTHAZAR (interino), com THAIS ARBEX e JULIA CHAIB