Novo diretor da PF, Galloro adota tom conciliador e mantém superintendentes
Unidade pacificadora Poucas horas depois de tomar posse, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, fez vários movimentos para tranquilizar a corporação. Em uma longa reunião com os 27 superintendentes regionais da corporação na sexta (2), adotou discurso conciliador e avisou que manterá praticamente todos os nomeados pelo antecessor, Fernando Segovia, afastado após entrar em choque com delegados por ter opinado sobre inquéritos que têm o presidente Michel Temer como alvo.
Dança de cadeiras Por ora, ele só trocará dois superintendentes. No Distrito Federal, Galloro cogita nomear uma mulher, a delegada Fernanda de Oliveira. O atual titular, Élzio Vicente da Silva, comandará a Diretoria de Combate ao Crime Organizado.
Aceno às bases O superintendente do Ceará, Delano Bunn, assumirá a Diretoria de Gestão de Pessoal. Responsável por uma proposta de unificação das carreiras de agente e escrivão, ele tem bom trânsito nos sindicatos que representam os integrantes da corporação.
A pauta é minha O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pautou para esta terça (6) projeto de lei com medidas voltadas para combater o contrabando, parte do pacote de iniciativas direcionadas para segurança pública que ele quer promover.
Cerco à muamba De autoria do deputado Efraim Filho (DEM-PB), o projeto determina a cassação da carteira de motorista de quem for pego transportando carga contrabandeada, a anulação do alvará de estabelecimentos que venderem produtos ilegais e o aumento da pena para roubo de cargas.
Multitarefa No encontro que teve com o presidente Michel Temer na sexta, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu a articulação de um polo político capaz de, ao mesmo tempo, satisfazer demandas populares e apontar caminhos para o futuro, sem ignorar as restrições orçamentárias.
Quem diria O líder tucano, que no ano passado comparou o governo Temer a uma “pinguela” que o país precisaria atravessar, reafirmou ao presidente a avaliação que tem feito em público: “Dadas as condições, o governo conseguiu do Congresso mais do que eu imaginava”, disse.
Tudo tem sua hora Presidente do PDT, que lançará Ciro Gomes como candidato à Presidência, Carlos Lupi diz que o PT sabe que terá que buscar uma aliança com outras forças de esquerda quando perceber que não conseguirá viabilizar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fustigou Ciro em entrevista à Folha na semana passada.
Bem maior “É legitimo ele expressar o que pensa, mas lá na frente vai ter que sentar e pensar no país”, diz Lupi, que classifica a condenação de Lula como uma injustiça. Para o presidente do PDT, a chapa ideal para a corrida presidencial teria Ciro na cabeça e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) como vice.
Boca de urna Em recente passagem pelo Rio, Geraldo Alckmin (PSDB) fez uma pesquisa informal com empresários, motoristas de táxi e camareiras do hotel. Queria saber o que achavam do ex-prefeito Eduardo Paes (MDB) e ficou animado. Todos disseram que ele foi um excelente prefeito.
Vinde a mim Na semana passada, o presidente do PSDB convidou Paes para ingressar no partido. Os tucanos agora aguardam a resposta do emedebista.
Pede para sair Aliados de Alckmin esperam que o prefeito de Manaus, Arthur Virgilio Neto, peça o quanto antes para se desfiliar do PSDB. Após desistir de disputar prévias com o governador paulista, ele fez ataques ao correligionário.
TIROTEIO
Tem quem goste de chuchu, pequi e jiló. Uma chapa Alckmin-Meirelles, apoiada por Temer, seria caso de xepa. Fim de feira para a direita.
DO SENADOR HUMBERTO COSTA (PT-PE), sobre a ideia de aliança de Alckmin com o ministro Henrique Meirelles, que tem o pequi como iguaria favorita.
CONTRAPONTO
Como manda a tradição
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, foi o primeiro a falar na abertura do congresso da sigla, na quinta (1º).Quando ele começou, estavam previstas as falas dos governadores do partido e dos líderes no Congresso.
Mas o plano mudou quando ele já estava no palco havia mais de duas horas e os demais decidiram abrir mão da palavra. Foi quando um dos socialistas provocou:
— Só tem uma pessoa satisfeita com esse discurso aqui, o representante do Partido Socialista cubano! Para ele, deve estar até curto! — disse, comparando Siqueira ao ex-líder cubano Fidel Castro, conhecido pelos discursos de até sete horas.
RICARDO BALTHAZAR (interino), com THAIS ARBEX e JULIA CHAIB