Troca na PF mostra que Temer agora aposta todas as fichas na segurança
A seta no alvo A troca no comando da PF é nova demonstração de que Michel Temer agora aposta todas as suas fichas na segurança como força motriz do governo. Ao autorizar o novo ministro da área, Raul Jungmann, a demitir Fernando Segovia e nomear Rogério Galloro, o presidente matou três coelhos com uma só cajadada: livrou-se de um diretor-geral que levou crises ao Planalto; sinalizou que a pasta recém-criada não é um ministério de faz de conta e fez um gesto para pacificar a corporação.
Menino de ouro A escolha de Galloro para a chefia da PF é uma tentativa do governo de dar sinalização clara à corporação de que não haverá interferência no órgão, e de que, sob Jungmann, ele ficará blindado.
Torta de climão Logo após a Folha noticiar a queda do agora ex-diretor-geral, delegados da PF trocaram mensagens isoladas em um grupo no Telegram. Quem falou sobre o assunto escreveu que “acabou a farra” e chamou Segovia de “o breve”.
Em memória A ofensiva sobre o ex-governador Jaques Wagner (BA) ampliou a ala do PT que defende que o partido leve a candidatura de Lula até o fim e, após o provável impedimento do petista, lance campanha “vote 13, vote Lula”, mesmo que ele não esteja na urna.
Vai ou racha? Os que defendem essa tese dizem que não vale a pena expor um plano B à derrota e argumentam que trocar o candidato legitimaria a eleição.
Dia do fico Eliseu Padilha (Casa Civil) começou a receber os ministros que deixarão o governo para a disputar as eleições. Conversou com Mendonça Filho (Educação) e Maurício Quintella (Transportes). Aloysio Nunes (Relações Exteriores) sinalizou que deseja continuar no cargo.
É comigo? Procurado, o chanceler negou. Mas o governo já conta com a permanência dele.
Nada é de ninguém O Planalto avisa que as negociações com líderes e presidentes de partidos se darão em cima de todas as pastas que estiverem vagas. O novo desenho não vai respeitar feudos.
Minha caneta Com as mudanças, Temer quer manter a base aliada sob sua batuta. Se não for candidato à reeleição, tentará opinar sobre o destino do pleito.
Vinde a mim Henrique Meirelles esteve nesta terça (27) com o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi. O encontro aconteceu a pedido do chefe da Fazenda e teve como pauta a possível migração do ministro para a sigla de olho na disputa pelo Planalto.
Risco futuro Na conversa, Baleia disse que, se seu partido optar por lançar um candidato à Presidência, o nome “só não será Temer se ele não quiser”. Deixou claro que Meirelles é o plano B.
Radicais livres O líder do MDB explicou ainda que o ministro da Fazenda teria que ser ungido em convenção –e que o colegiado é formado por “potências regionais” com atuação “independente” da direção nacional.
Dai ouvidos As contínuas demonstrações de incômodo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o tratamento destinado a ele pelo Planalto fizeram aliados do democrata rememorar uma das mais célebres frases de Renan Calheiros (MDB-AL): “Desprestígio não se mostra”.
Vai ter greve Balanço preliminar da consulta aos associados da Ajufe mostrou que a maioria dos juízes é a favor da paralisação no dia 15 de março. Mais da metade dos 2.000 coligados à entidade votou “sim”.
Visita à Folha Jan Karsten, presidente da GPS Investimentos, visitou a Folha nesta terça-feira (27). Estava acompanhado de Aline Cury Zampieri, sócia-diretora da GWA Comunicação Integrada.
TIROTEIO
Não sei se mais vergonhoso foi a batida na casa de Jaques, ou o discurso do governador Rui Costa, que alegou perseguição da Justiça.
DO DEPUTADO ARTHUR MAIA (PPS-BA), sobre a operação da PF contra Jaques Wagner (PT-BA), suspeito de receber R$ 82 milhões em propina.
CONTRAPONTO
Só da boca para fora
No fim da posse de Raul Jungmann como ministro da Segurança Pública, nesta terça (27), o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) esperava Carlos Marun (Secretaria de Governo) terminar de falar com jornalistas.
O ministro interrompeu a entrevista à imprensa, virou-se para o aliado, que estava em cima do púlpito destinado às autoridades durante a cerimônia, e disparou:
— Heráclito, você é minha estrela guia!
O deputado retrucou, aos risos:
— Ele me chama de estrela guia, mas até agora não teve nada de caneta, não — disse, brincando com a função de Marun, que concentra as demandas parlamentares.