Fundo Penitenciário teme perda de recursos para Ministério da Segurança
Olho no cofre A criação do Ministério da Segurança alarmou os responsáveis pela gestão do Fundo Penitenciário Nacional, que tem dotação de R$ 570 milhões neste ano. Diretores do departamento que cuida do dinheiro temem que os recursos sejam remanejados para a nova pasta e pulverizados para financiar ações de combate ao crime, prejudicando investimentos no sistema carcerário. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, recebeu apelos para manter o departamento sob sua guarda.
Pressão O Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária enviou ofício ao presidente Michel Temer na quinta (21), sugerindo que a área não seja transferida para o Ministério da Segurança.
Não me toque No documento, assinado pelos secretários de São Paulo e outros 18 Estados, eles dizem que o Funpen “tem destinação própria e exclusiva” e não pode ser “objeto de repartição com outros organismos vinculados à segurança pública”.
Todos querem No ano passado, o governo flexibilizou as regras do fundo e liberou recursos para segurança. A pedido de um deputado de Minas Gerais, o ministério tenta há meses obter do Funpen R$ 15 milhões para a PM mineira comprar rádios.
Eles gostam Pesquisa feita pelo Ibope para o governo na sexta (23) indicou que 64% da população aprova a criação do ministério. A intervenção no Rio tem o apoio de 84%, segundo a sondagem.
Em nome dele Secretário-geral do PSDB, o deputado Marcus Pestana (MG) integra o grupo que pressiona o senador tucano Antonio Anastasia a disputar o governo de Minas. Diz que o Estado será decisivo para que a candidatura presidencial do governador Geraldo Alckmin (SP) tenha chance de vitória.
Quem avisa… Deputados do PSD tentam convencer o ministro Gilberto Kassab de que é cedo para fechar com Alckmin e o prefeito João Doria. Lá na frente, dizem, o DEM pode desistir da candidatura própria ao Planalto para apoiar Alckmin, exigindo em troca a vaga de vice na chapa de Doria em São Paulo.
… amigo é Esse grupo insiste com Kassab que, nesse cenário, o PSDB não hesitaria em rifá-lo. O ministro, no entanto, se faz de surdo.
De carteirinha O Agora! assinará nesta terça (27) carta de compromisso com a Rede Sustentabilidade da ex-senadora Marina Silva (AC). É o segundo partido com o qual o movimento pela renovação política se associa.
Cada um na sua Ao menos cinco integrantes do grupo serão candidatos a deputado federal pela sigla. Marina participará do anúncio do acordo na próxima semana, mas a carta seguirá o modelo da que foi assinada antes com o PPS, com garantias de autonomia para o movimento.
Sem parar Flávio Rocha, dono da Riachuelo, tem viagens marcadas a 12 cidades de vários Estados. O giro começa em uma semana e irá até o início de abril. Em cada parada, ele apresentará seu movimento Brasil 200, que defende agenda liberal.
Mais um Embora não admita publicamente, Rocha sonha com uma candidatura presidencial. O empresário já esteve em Natal, Porto Alegre, Recife, Rio e Vitória.
Piso rebaixado Uma proposta de reforma da Previdência apontada como fonte de inspiração pela equipe do deputado Jair Bolsonaro sugere que o piso das aposentadorias pagas pelo governo seja reduzido a menos de um salário mínimo, o valor atual.
Espera maior Criada por dois professores da Unifesp, a fórmula daria 25% do salário mínimo (R$ 239) a quem se aposentasse com 55 anos de idade e 20 de contribuição. Para ganhar mais, seria preciso contribuir mais tempo.
TIROTEIO
A candidatura de Henrique Meirelles à Presidência é um divertimento. Do italiano ‘divertere’, ou seja, desviar do que importa.
DO SENADOR ROBERTO REQUIÃO (MDB-PR), sobre a movimentação do ministro da Fazenda, que cogita trocar o PSD pelo MDB para viabilizar sua candidatura.
CONTRAPONTO
Não está morto quem peleia
Em audiência da subcomissão instalada no Senado para elaborar o Estatuto do Trabalho, um dos convidados, Itamar Kunert, da Central dos Sindicatos Brasileiros, defendia mudanças na carteira de trabalho quando resolveu debater com Paulo Paim (PT-RS) suas origens.
— Também sou gaúcho, e gaúcho sempre fica perturbando, dizem. Todo mundo diz que o gaúcho é chato, mas é melhor ser assim, porque a gente vai mudando.
— Vamos ficar com ‘rebelde’. As revoluções que fizemos de lá para cá mostram isso! — disse Paim.
— Isto é que é importante: haver vários gaúchos lutando! — concluiu Kunert.