Defesa vê embargos sem desfecho até o fim de março; Lula não aparenta abatimento
Todo tempo é pouco A defesa de Lula acredita que os embargos de declaração entregues nesta terça (20) ao TRF-4 dificilmente serão julgados até o fim de março. Sem uma reversão no quadro atual, o petista poderá ser preso após a apreciação deste recurso. O ex-presidente não passa recibo sobre o quadro e faz ironia. Mesmo nas conversas internas, trata o possível encarceramento como ato político e diz que, “se fosse eles, também mandaria prender”. “É o único jeito de ganharem a eleição”, conclui.
Até o osso Caso os desembargadores não tratem de todos os aspectos questionados no recurso, a defesa do ex-presidente não descarta apresentar novos embargos de declaração ao TRF-4.
Tarda, não falha Integrantes da tribunal apostam que o caso de Lula deve ser pautado no fim de março, quando a composição original da turma que julgou o petista em janeiro estará completa –neste momento, dois juízes estão de férias.
Todos os fronts Mais novo integrante da defesa do petista, Sepúlveda Pertence intensificou a movimentação pelo Supremo Tribunal Federal –corte na qual atuou por anos. Ele marcou encontros com diversos ministros.
Pague primeiro O senador Lasier Martins (PSD-RS) apresentou nesta terça (20) projeto que obriga os partidos políticos a quitarem as suas dívidas com o INSS ou com a Fazenda Nacional, sob pena de não poderem acessar recursos dos fundos partidário e eleitoral.
O alvo O maior atingido pela proposta é o PT, que concentra 63% dos débitos das legendas com o INSS: R$ 8,1 milhões de um total de R$ 13 milhões. O partido lidera a lista dos devedores por causa do diretório gaúcho, que tem um débito de R$ 7,1 milhões.
Autossuficiente Manifestações recentes de apoio de deputados e prefeitos do MDB à filiação do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) à sigla têm motivo. Fosse ele o candidato ao Planalto, poderia financiar sozinho a campanha, deixando o fundo eleitoral livre para outros pleitos.
Ideia fixa O Palácio do Planalto não descartou o uso de mandados coletivos em buscas no Rio. Vai defender que o instrumento seja usado, sim, pela polícia do Estado, sob a supervisão do interventor federal.
Sua gente Para não misturar as estações, o presidente Michel Temer e o ministro Moreira Franco (Secretaria de Governo) acordaram que toda a comunicação da intervenção federal no Rio ficará a cargo do general Braga Netto. Ele deverá nomear nos próximos dias um porta-voz alinhado ao Exército.
Inimigos íntimos O Planalto recebeu com estranheza e desconfiança as últimas críticas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (MDB-CE) à maneira como o governo conduziu a pauta econômica. Aliados de Temer dizem que ninguém entende onde é que eles pretendem chegar.
Na carne Na reunião do PTB em que impôs o nome do interino Helton Youmura como novo titular do Ministério do Trabalho, Roberto Jefferson ameaçou cortar os recursos de campanha de deputados que insistiam em indicar outra pessoa para o posto.
Vai ter volta A conversa foi pesada e desencadeou uma rebelião na bancada petebista. O ex-ministro Ronaldo Nogueira e o deputado Alex Canziani (PR) lideram o grupo dos insatisfeitos.
Sem surpresinha Apesar do esforço do vice-governador Márcio França (PSB), os integrantes do partido que desembarcam nesta quinta (22), em São Paulo, para pedir apoiar sua candidatura ao governo do Estado já avisaram que não vão aceitar que o ato seja transformado em uma declaração de apoio à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
TIROTEIO
O governo assume o fascismo com mandados coletivos. Quero ver uma busca e apreensão coletiva na Península dos Ministros.
DO CRIMINALISTA ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, o Kakay, contra a tese que prega, durante a intervenção o no Rio, autorização para agir por áreas.
CONTRAPONTO
Quase seis por meia dúzia
Ao participar nesta terça (20) do lançamento de um manifesto assinado pelas fundações de partidos vinculados à esquerda, como PT, PSOL e PCdoB, o presidente do PDT, Carlos Lupi, cometeu uma gafe. O ato defendia a formulação de uma agenda para o “campo progressista”.
— Boa tarde aos presidentes dos partidos, a nossa companheira e amiga Gleisi (PT), o Juliano (PSOL), a Luciana Genro…– disse, trocando o nome de Luciana Santos, do PC do B, pelo da dirigente do PSOL.
— Desculpe! Genro é muito querida e estou sentindo a falta dela aqui, por isso o equívoco do nome. Mas torço para que estejam juntas um dia, é questão de tempo!