Temer deve cancelar ‘balcão’ e admitir base menor se Previdência for derrotada
Remediado está Como a aprovação da reforma da Previdência parece mais improvável a cada dia que passa, auxiliares de Michel Temer foram obrigados a desenhar um plano para evitar que o governo se torne obsoleto já no fim de fevereiro. Esses aliados dizem que, se a principal agenda for mesmo derrotada, ele deverá mudar o padrão de sua relação com o Congresso, requalificando a base e admitindo-a menor, para dar seguimento a pauta menos audaciosa e dependente do Legislativo, mas pragmática.
Rei posto? Os interlocutores de Temer dizem que, até que um nome consiga projetar expectativa real de poder aos partidos da base a partir de 2019, o presidente ainda terá cacife para direcionar o debate político.
Aos amigos, tudo Numa leitura bastante otimista, esses aliados afirmam que o emedebista pode usar a derrota para firmar um novo marco, uma relação “mais leve” com o Congresso, cancelando compromissos firmados em função da votação da reforma e redirecionando cargos e verbas aos mais fiéis.
Só de raiva A ofensiva patrocinada por associações da indústria e da agricultura irritou parlamentares. Depois de receber mais de 300 mensagens idênticas a favor da nova Previdência, Rogério Rosso (PSD-DF) resolveu responder. Disse que eles teriam mais sucesso se pedissem a simplificação de tributos.
Se não pode vencê-lo A Petrobras juntou-se aos patrocinadores do jantar em que o juiz Sergio Moro e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg serão homenageados pela Brazilian-American Chamber of Commerce, em maio. Pagará US$ 26 mil por uma das mesas do evento.
Tu o dizes As mensagens trocadas por Marcello Miller e a advogada Esther Flesch serão usadas para defender o acordo de delação de Joesley Batista. A defesa do empresário usará os textos para sustentar que Miller de fato mentiu para a JBS e disse à empresa que já estava fora da PGR quando começou a negociar com os Batista.
Vá com Deus Aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) não conseguiram esconder o alívio que sucedeu a notícia de que Luciano Huck havia desistido da candidatura à Presidência. A simples presença do apresentador nas análises sobre o cenário, disseram, prejudicava o tucano.
Vem comigo Com Huck fora do páreo, Alckmin quer acelerar as tratativas com o PPS, partido que flertava com o apresentador. Deseja anunciar logo aliança com a sigla.
Topa ou não topa Em uma conversa recente, Silvio Santos disse que queria testar sua popularidade nas pesquisas eleitorais. “Com absoluta certeza”, brincou, apareceria “bem à frente” do apresentador da Globo.
Regressiva O presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, vai propor que o primeiro turno das prévias para a escolha do candidato tucano ao governo de SP ocorra dia 18 de março. O segundo seria na semana seguinte.
Vai ter luta A defesa do ex-presidente Lula recorreu da decisão da Justiça paulista que negou pedido do petista por uma indenização de R$ 1 milhão pela já famosa apresentação em PowerPoint do procurador Deltan Dallagnol. Alega que “ninguém pode ser acusado daquela forma, por meio de uma coletiva repleta de adjetivações”.
Tá no lucro Antes de redigir o memorando inédito com uma ameaça pública ao diretor-geral da PF, delegados do Grupo Especial de Inquéritos do órgão cobraram de dirigentes da associação da classe um pedido de demissão de Fernando Segóvia.
Estamos aqui O MDB voltou a mirar quadros do DEM. Acena para Alberto Fraga (DEM-DF), deputado que ficou irritado por ter perdido a disputa pela liderança da sigla na Câmara.
TIROTEIO
A chocante realidade que atravessamos foi vista. O governo precisa agir rápido para salvar as pessoas, Boa Vista e Roraima de dias piores.
DE TERESA SURITA, prefeita de Boa Vista, sobre Michel Temer ter decretado emergência social devido à entrada de milhares de refugiados venezuelanos.
CONTRAPONTO
Durante o lançamento da nova identidade, o Documento Nacional de Identificação, no último dia 5, no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer atacou de animador da plateia.
Várias autoridades, como os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Dias Toffoli, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o ex-presidente José Sarney, foram ao ato.
Antes do início do evento, o mestre de cerimônia leu o nome dos presentes. Logo depois, Temer foi ao púlpito para discursar:
— Se não sou eu para puxar as palmas ninguém puxa!