Autointitulado ‘não candidato’, Huck atinge seu melhor patamar e amplia pressão sobre Alckmin

Painel

À espreita Para além de todas as desconfianças que já cercavam as pretensões do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), a nova pesquisa Datafolha ressuscita o fantasma de Luciano Huck. Autodeclarado não candidato, ele atinge agora a melhor marca em um levantamento desde que seu nome começou a circular como alternativa para encarnar “o novo”. O cenário estimula siglas que hoje resistem a subir no palanque do tucano, como DEM e PPS, a baterem de novo à porta do apresentador.

Quem avisa…O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não cansa de repetir a quem o pergunta que Huck não desistiu de vez de ser candidato, declaração semelhante à que deu ao “Valor Econômico”, após a condenação de Lula no TRF-4, ao afirmar que o jogo estava apenas começando.

Linhas tortas “Bicondenado”, o petista mantém-se na dianteira da disputa. Usará o apoio do eleitorado para pressionar a Justiça. Com o cerco fechado, fez jogada de risco. Submeteu habeas corpus ao STJ apostando na rejeição do recurso, só para abrir caminho ao Supremo.

Tempo urge Aliados do ex-presidente querem que ele chegue ao STF com o nome na boca do eleitorado e antes de os embargos serem analisados no TRF-4. O tribunal de Porto Alegre entendeu que o petista deve ser preso assim que os recursos tramitarem.

Bolsa de apostas Os aliados de Lula não depositam sua esperança no relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin. Torcem para que, mesmo após rejeitar o habeas corpus, o ministro seja obrigado a levar o caso à segunda turma da corte.

Dois coelhos O caminho para a revisão da prisão em segunda instância também seria esse. Após o sinal de Cármen Lúcia de que não pautará o assunto, ministros dizem que Lula pode incluir a questão em seu habeas corpus.

Time’s up! O deputado Jair Bolsonaro já tem um alvo evidente: o eleitorado feminino. No cenário do Datafolha em que concorre com Lula, tem a preferência de 22% dos homens, mas emperra em 10% das mulheres.

Aqui não O presidente do PSB de Minas soltou nota para negar que sua seção do partido esteja dando suporte a um movimento pela filiação de Joaquim Barbosa.

De fora… O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), intensificou conversas com o MDB para tentar atrair o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a uma composição que facilite sua trilha na disputa pelo governo do Estado.

… para dentro Ao mesmo tempo, Doria atua para abrir terreno no próprio PSDB, em especial na ala que acena para o vice de Alckmin, Márcio França (PSB). Nesta terça (30), almoçou com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, de Santos.

Antes tarde A AGU solicitou que a Justiça do Rio remeta para análise da segunda instância a decisão que autorizou Marcelo Bretas a receber auxílio-moradia mesmo sendo casado com uma juíza que recebe o benefício. A consulta à ação mostra que o órgão não havia recorrido até então, quebrando a praxe.

Estou aqui Na petição, a União sustenta que não houve “trânsito em julgado da ação judicial, tendo em vista a ausência de remessa dos autos ao TRF-2 para fins de reexame necessário”.

Raio-x O Planalto decidiu realizar um censo para identificar quantos e quem são os venezuelanos que vivem em Boa Vista (RR). A estimativa local é de que cerca de 70 mil tenham imigrado.

De mudança Com os dados, o governo vai definir para quais Estados eles poderão ser direcionados. O plano foi fechado em reunião da Casa Civil com a Defesa, a Justiça, a Saúde, o Desenvolvimento Social e o GSI, além do senador Romero Jucá (MDB-RR).


 

TIROTEIO

O STF corre o risco de se apequenar se renunciar ao seu papel constitucional de protetor dos direitos e garantias fundamentais do cidadão.

DO CRIMINALISTA FÁBIO TOFIC, sobre a presidente do STF, Cármen Lúcia, ter dito que o tribunal vai se “apequenar” se usar Lula para rediscutir regras para prisão.


CONTRAPONTO

Truco!

Aliados do ex-governador Tarso Genro (PT-RS) lembram que, em 2016, durante a tramitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o gaúcho fez uma visita a Lula, em São Paulo.
Segundo os relatos, o ex-presidente aproveitou a presença do correligionário para falar sobre suas insatisfações com o então titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, que havia sido indicado por Genro.

— Mas que ministro você foi me arrumar, hein! — queixou-se Lula.

O ex-governador, então, devolveu:

— O ministro é meu, mas a presidente é sua!