Com Serra fora da disputa por SP, PSD sinaliza apoio a Doria e Alckmin; Meirelles perde força

Painel

Vai tu mesmo A saída de José Serra (PSDB-SP) da disputa pelo governo do Estado levou dirigentes do PSD, partido de Gilberto Kassab, a fazerem gestos enfáticos a João Doria. Integrantes da sigla dizem que, agora, o prefeito de SP desponta como sucessor natural do governador Geraldo Alckmin. Com isso, tentam amarrar dois coelhos. Uma aliança do PSD com Doria daria a Alckmin, por extensão, algo que ele ainda não tem: o apoio de uma sigla de peso, em tempo de TV e verbas, na corrida ao Planalto.

Treino é treino O movimento do PSD consolida a impressão de que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) vai ter que buscar outra legenda se quiser ser candidato à Presidência. Nomes do partido dizem que ele terá espaço para divulgar seu trabalho “até o último minuto”, mas que querem mesmo é ir para a urna com o PSDB.

Urge Disposto a mostrar serviço na prefeitura até abril, prazo em que terá que se desincompatibilizar, o prefeito João Doria vai apertar o passo das realizações em áreas sensíveis ao paulistano. Ele fechou contrato para ampliar de dez para 100 o número de equipes que fazem a zeladoria de gramados e jardins.

Não tão cedo Presidente do ITV, José Aníbal telefonou a Alckmin e avisou que, sem Serra no páreo, quer disputar a indicação do partido para ser candidato ao governo de SP. Deixou claro que, se for necessário, enfrentará Doria nas prévias.

Sem risco Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, voltou a dar sinais ao PSB de que pode topar ser candidato ao Planalto — desde que haja consenso em torno de seu nome. Ou seja: ele não aceita uma disputa com Aldo Rebelo, que se colocou como opção para a Presidência.

Foco Diante do impasse, cresce no PSB a tese de que a sigla deve ficar neutra na corrida nacional e priorizar seus candidatos a governador.

Fake news? O ministro interino do Trabalho, Helton Yomura, divulgou nota na qual nega ter articulado reunião com superintendentes do órgão para permanecer no posto. O antigo titular da pasta, Ronaldo Nogueira, disse, teria idealizado o encontro.

Aos fatos Procurada, a assessoria de Nogueira afirmou que “o encontro de superintendentes em Manaus não foi idealizado” por ele.

Mediar é preciso O procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, fez uma reunião entre as cúpulas da Segurança de SP e promotores do Estado para encontrar uma solução e minimizar o risco de confronto entre militantes de esquerda e de direita, na Paulista, no dia do julgamento de Lula.

Você manda Seguindo raciocínio construído pela promotora Valéria Maiolini, que havia recebido a representação da PM informando que não houve acordo entre a CUT e o MBL, o grupo chegou à conclusão de caberá à Prefeitura arbitrar o impasse.

Cada um na sua Nesse cenário, o Ministério Público recomendou a Doria que o MBL, anti-PT, fique concentrado no fim da Paulista, próximo à Consolação, e a CUT, pró-Lula, no Largo da Batata.

Diga que fico O ex-presidente não irá a Porto Alegre no dia 24. Ele ainda não decidiu se acompanhará o julgamento de seu recurso na sede do PT em São Paulo ou no Sindicato dos Metalúrgicos.

Ajuda involuntária Auxiliares do presidente Michel Temer dizem que a não liberação dos R$ 2 bilhões prometidos em dezembro a prefeitos de todo o país faz parte de uma estratégia do governo para tentar aprovar a reforma da Previdência.

Ajuda involuntária 2 A ideia é que os prefeitos pressionem os deputados a votarem a favor das mudanças nas regras de aposentadoria para que, assim, consigam os recursos prometidos.


TIROTEIO

Um espetáculo medieval e criminoso. Mostra a que ponto pode chegar o poder absoluto de um juiz e do aparelho de acusação no Brasil.

DO DEPUTADO MARCO ANTÔNIO CABRAL (PMDB-RJ), sobre o pai, Sérgio Cabral, ter sido levado ao IML de Curitiba com correntes nos pés e algemas nas mãos.


CONTRAPONTO

Mais do que palavras 

Em um almoço organizado pelo deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP),em Campinas, há dez dias, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), foi chamado a discursar para uma plateia de 300 pessoas, entre elas vereadores e prefeitos do Estado.

França falou sobre o orgulho de ser político e emendou o tom que deve adotar na campanha caso dispute a sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) com o prefeito João Doria (PSDB-SP). Emulando o gesto de “acelera” do concorrente tucano, afirmou:

— Enquanto eles aceleram, eu voo — invertendo o “a” deitado para o “v” de “vitória”.