Por 2018, Alckmin vai mandar Procuradoria do Estado acionar empreiteiras que confessaram cartel

Painel

O ataque é a defesa Com a ressurreição de escândalos sobre cartel em SP, Geraldo Alckmin (PSDB) vai reativar a receita que o poupou de maiores desgastes em 2013, quando a alemã Siemens denunciou acerto em concorrências do Metrô e da CPTM. Ele vai determinar à Procuradoria-Geral do Estado que abra processo para pedir o ressarcimento do dano causado pelas empreiteiras que assumiram participação no esquema e cobrar que apuração do próprio governo identifique agentes que facilitaram a fraude.

Vacina A investigação sobre a participação de agentes públicos ficará com a Corregedoria. Ao assumir a dianteira do caso, se alinhar aos acusadores e apontar o Estado como vítima, Alckmin espera produzir anticorpos contra a oposição e blindar sua pré-campanha presidencial.

Vertical Toda a cúpula do PSDB paulista vai endossar o discurso do governador. Nesta terça (19), dirigentes da sigla dispararam mensagens a grupos de filiados: “O Estado de SP foi vítima deste crime”.

Lembro bem A menção ao nome de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, no esquema causa calafrios nos tucanos. O ex-diretor da Dersa assombrou a campanha de José Serra em 2010 e é citado na Lava Jato.

Sem trégua Integrantes do PT vão explorar o caso, revelado por acordos de leniência firmados com o Cade. A sigla pediu audiência com o procurador-geral de Justiça de SP, Gianpaolo Smanio, chefe do MP. Cobrará investigação sobre os tucanos.

Sem ponta solta Deputados estaduais petistas vão pedir a abertura de uma CPI.

Passa o chapéu O PT vai começar uma campanha de arrecadação de recursos pela internet. O crowdfunding, ou vaquinha, em bom português, será usado para levar a militância a Porto Alegre dia 24 de janeiro, quando o TRF-4 julgará o ex-presidente Lula.

Garota propaganda Dilma Rousseff assumirá uma das frentes da campanha em defesa da candidatura do petista. Ela gravará um vídeo que será divulgado nas redes sociais a partir da primeira semana de janeiro.

Cabeceira Caberá a Dilma alardear o livro “Comentários a uma sentença anunciada: o processo Lula”, uma coletânea de artigos críticos à sentença de Sérgio Moro.

Cumpra-se Ao modificar em decisão monocrática as regras para a condução coercitiva, o ministro Gilmar Mendes pressiona a presidente do STF, Cármen Lúcia, a incluir o assunto, fundamental para a Lava Jato, na pauta do plenário.

Agora vai? Segundo integrantes da corte, o questionamento sobre as coercitivas chegou a ser pautado no início do ano, mas não foi votado. De lá para cá, Mendes teria pedido inúmeras vezes a retomada do tema, sem sucesso.

Para a plateia Parlamentares viram na decisão do ministro Edson Fachin de mandar que Paulo Maluf (PP-SP) começasse a cumprir pena na cadeia uma tentativa de marcar oposição a Mendes. Como se quisesse reforçar o discurso de que ele pune e o colega solta.

Vade retro! O presidente Michel Temer passou uma bronca em seu staff, especialmente na segurança, a cargo do GSI, por ter permitido que o babalorixá Uzêda o abordasse na convenção do PMDB. O pai de santo é velho conhecido dos políticos, que costumam fugir dele.

Vai que cola Depois de benzer Temer, o babalorixá telefonou ao gabinete da primeira-dama, Marcela Temer. Queria falar com ela.

Sãos e salvos O Planalto anuncia nesta quarta (20) números que apontam queda nas mortes em rodovias federais. Foram quase dez mil vítimas a menos: 44 mil em 2012 e 34,8 mil em 2016.


TIROTEIO

Aleluia! Maluf é o mais notório e longevo caso de impunidade para crimes do colarinho branco. Um exemplo de protelação judicial.

DO DEPUTADO IVAN VALENTE (PSOL-SP), sobre a ordem do ministro Edson Fachin que obrigou Paulo Maluf, 86, a começar a cumprir sua pena na prisão.


CONTRAPONTO

Assume quem pode, aceita quem tem juízo!

Durante debate sobre políticas públicas para a formação de professores na Comissão de Direitos Humanos do Senado, dia 7 de dezembro, Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão, chamou uma convidada ao microfone.

— Vou passar a palavra para Raquel Nery Lima Bezerra, professora da Universidade da Bahia…

Percebendo olhares de reprovação, fez uma correção:

— Universidade Federal da Bahia, quero dizer. Faltou a assessoria aqui — disse, em tom de bronca, mas logo em seguida descontraiu.

— Agora, quando eu erro, não digo no que errei. Mas, quando eles erram, digo que eles erraram!