Cerco a Lula faz aliados de Alckmin o aconselharem a se firmar como o anti-Bolsonaro em 2018
Rei posto O cerco jurídico ao ex-presidente Lula levou aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) a recomendarem o redirecionamento de sua estratégia. O grupo mais próximo ao tucano diz que ele precisa se firmar, o mais rápido possível, como o anti-Bolsonaro. A tese ganhou força após o TRF-4 marcar a data do julgamento do petista na segunda instância, o que cristalizou no universo político a sensação de que Lula não conseguirá chegar até o final da eleição presidencial de 2018.
Com que roupa? O realinhamento da estratégia de Alckmin passa pela leitura de que, sem Lula no páreo, o tucano terá que crescer no eleitorado que hoje aposta no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O figurino a ser vestido é o da antítese do radicalismo.
Sei do que falo Outro flanco que poderia ser atacado é o da experiência. Alckmin seria vendido como um gestor já testado e aprovado, enquanto Bolsonaro seria a aventura, alguém que nunca exerceu cargo executivo.
Prova viva Entusiastas da candidatura do tucano já têm um discurso pronto para minimizar a capacidade de transferência de votos de Lula. Dirão que o petista, quando indicou alguém ao Planalto, errou: Dilma Rousseff.
Gastar saliva Após ouvir advogados de Lula, em ato do PT, nesta sexta (15), Dilma cobrou empenho na disseminação do discurso de que o petista pode registrar candidatura mesmo condenado. Disse que ouvir essa tese “fez o dia mais feliz”.
Namoro no portão Marina Silva (Rede) esteve nesta sexta-feira (15) com Carlos Siqueira, presidente do PSB, para tratar de 2018. Foi a primeira conversa entre os dois desde que a ex-senadora oficializou a pré-candidatura.
Sem compromisso Siqueira avisou que o PSB tem dificuldade de antecipar decisões. A sigla espera resposta de Joaquim Barbosa, convidado para disputar o Planalto, e está na mira de outros partidos.
Papai Noel Às vésperas do Natal, o governo decidiu promover o “Dia Nacional do Minha Casa, Minha Vida”. Na quarta (20), vai entregar 22.500 unidades habitacionais em todo o Brasil. Ministros foram escalados para se dividir pelo país nas cerimônias de entrega das chaves.
Lar, doce lar O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, calcula que aproximadamente 100 mil pessoas vão estar em suas casas próprias na festa natalina.
Peralta Mesmo com orientação médica para diminuir o ritmo de trabalho, o presidente Michel Temer avalia ir a Maceió –a capital que receberá mais moradias–, na quarta (20), entregar 3.900 unidades do MCMV.
Tudo ou nada Antes de o governo decidir adiar a votação da reforma da Previdência para fevereiro, alguns ministros de Temer chegaram a receber 50 parlamentares por semana. Em todas as audiências, a pergunta de como se posicionariam no plenário era obrigatória.
Velhos métodos Mesmo durante o recesso parlamentar, os auxiliares do presidente seguirão no esforço concentrado para manter viva a discussão sobre a Previdência. Os ministros dizem aos deputados que atenderão apenas as demandas daqueles que votarem a favor da proposta.
Missão impossível Procuradores e policiais federais dizem que o voto médio do julgamento sobre a prerrogativa da PF em firmar delações será um dos mais complexos da gestão da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
Gregos e troianos Até agora, todos os ministros divergiram em algum ponto. “Cabe ao STF julgar a constitucionalidade da lei, não criar um sistema que trará mais instabilidade”, diz Eduardo Mauat, delegado da PF.
TIROTEIO
Mentir não é crime, mas Sérgio Cabral, futuro aluno de teologia, logo saberá que é um pecado. E, no caso dele, mortal…
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o ex-governador do Rio de Janeiro admitir que usou caixa dois, mas negar ter recebido propina.
CONTRAPONTO
Questão de ponto de vista
Na última reunião do ano da Comissão Mista de Orçamento, na terça (12), o deputado Jorge Solla (PT-BA) fez longa pregação contra a norma que estabeleceu o teto dos gastos. Disse que o texto prejudica investimentos nas áreas sociais. O presidente do colegiado, senador Dário Berger (PMDB-SC), concordou:
— Tem razão. Mais cedo ou mais tarde teremos que rever esse teto que restringe o Orçamento.
Foi interrompido pelo deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que é economista:
— O problema não é o teto, é o desequilíbrio fiscal. Vocês estão igual a marido traído que põe a culpa no sofá!