Para não fechar questão sobre nova Previdência, ala do PSDB prega boicote a reunião do partido
Esqueça o que escrevi O PSDB vai fazer nova reunião nesta quarta (6) para discutir a reforma da Previdência. Nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves (MG) querem pressionar a sigla a fechar questão a favor da proposta sob pena, dizem, de os tucanos ficarem sem discurso para 2018. Mas cerca de metade dos parlamentares do partido não quer saber do tema. Nesse grupo, a orientação é a de boicotar o encontro, para que nem sequer haja quorum para debate.
Vai ou fica Aécio tem dito que “pior do que a reforma ser aprovada sem os votos do PSDB é ela não passar por falta dos tucanos”.
Isca Michel Temer conseguiu unir o discurso eleitoral à pregação pela nova Previdência em reunião com sua base, no domingo (3). Afirmou que a proposta dará forte sinalização ao mercado, ampliando investimentos, melhorando a economia e, consequentemente, as chances de candidatos de seu grupo.
Para não chorar Temer resolveu fazer graça de sua rejeição que, embora ainda altíssima, parou de subir: “Pelo menos parece que não vou chegar ao fim do mandato com a popularidade negativa”, disse a auxiliares, após o resultado da última pesquisa Datafolha.
Vai ferver A posição dúbia do PSDB sobre a Previdência será usada como mais um ingrediente para explicar a indisposição de siglas da base do governo com Geraldo Alckmin (SP), pré-candidato dos tucanos ao Planalto.
Vai ferver 2 Na verdade, porém, dirigentes de legendas do centrão dizem que o Datafolha comprovou que Alckmin “não empolga ninguém”. Ele alcançou entre 6% e 12%, a depender do cenário.
Tem quem queira Os sete partidos que participaram da reunião com Temer no domingo têm, juntos, quase metade do tempo de propaganda eleitoral, ativo valioso e decisivo para 2018. Nova conversa –sem o PSDB– deve ocorrer em 15 dias.
Ocupar e resistir Setores da Frente Brasil Popular vão trabalhar para que não haja apoio à candidatura do ex-presidente Lula. Avaliam que o aval ao petista dividiria o grupo em 2018. Ele é composto por representantes de diversos setores da esquerda, alguns críticos ao PT.
Fins e meios A ala do PT que, em nome de uma aliança em torno de Lula, defende que o apoio a Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo sinalizou que desiste de lançar a vereadora petista Marília Arraes ao governo de Pernambuco para fechar de vez o acordo.
Da sua costela Guilherme Boulos, do MTST, disse em discurso no Congresso do PSOL que não é possível conceber uma candidatura de esquerda que admita alianças com “partidos golpistas”. Quer marcar divergência com o PT e com Lula, que já admite se aliar ao PMDB e a outras legendas que apoiaram o impeachment.
Luz, câmera… A Rede, de Marina Silva, quer atrair a Frente Favela Brasil, apoiada pelo ator Lázaro Ramos, para um diálogo sobre 2018.
Dança das cadeiras O diretor-geral da PF, Fernando Segovia, decidiu trocar, até agora, o comando de 13 superintendências pelo país.
Superpoderosas Segovia aumentou a participação feminina na chefia da PF. O número de superintendentes mulheres saltou de um para sete. Cassandra Ferreira, que assume a corporação no Maranhão, foi indicada por Leandro Daiello.
O problema fica Ao promover a delegada Erika Marena a superintendente de Sergipe, Segovia tirou a policial do furacão em Santa Catarina. Ela conduziu a investigação que culminou com o suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier e agora está na mira do Ministério da Justiça.
TIROTEIO
Vou sugerir aos advogados que se queixam da morosidade da Justiça que incluam Lula em seus processos. Assim vão andar a jato!
DO DEPUTADO WADIH DAMOUS (PT-RJ), sobre o desembargador João Pedro Gebran Neto ter concluído o voto que pode tornar o ex-presidente inelegível.
Culpa da paixão nacional
Em depoimento por videoconferência à CPMI da JBS, na semana passada, o advogado Rodrigo Tacla Durán falava sobre o Drousys e o MyWebDay, sistemas de repasse de propina da Odebrecht quando começou a responder perguntas de deputados.
— Por que o senhor utilizava esta senha, Rui Rei? — perguntou Paulo Pimenta (PT-RS).
— Isso era um apelido, o usuário do Drousys.
— Rui Rei? O que o Rui Rei tem a ver? É o Rui Rei do Corinthians, doutor?
— É… É que eu sou corintiano. Aí colocaram esse nome — assumiu Duran.