Ministros do STF dizem que embate entre Barroso e Gilmar foi ‘deplorável’ e pregam freio na corte
Por bem ou por mal Deplorável e constrangedor. As duas palavras foram usadas por mais de um ministro do STF para qualificar o saldo deixado pela pesada discussão entre Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes na quinta (26). Os dois travam um embate velado há meses no Supremo, mas nesta semana o caldo entornou em público. Há na corte quem defenda a imposição de um freio a Gilmar, alvo de um pedido de impedimento, agora sob análise da PGR. Quem o conhece duvida da eficácia da estratégia.
Duelo Ministros avaliam que não foram só as divergências pessoais que levaram Barroso a responder de maneira tão ríspida a Gilmar. O incômodo do primeiro pode ter aumentado após “derrotas” em causas importantes, como a do ensino religioso e a da aplicação de medidas cautelares a parlamentares.
Truco Aliados de Gilmar Mendes dizem que os que apostarem no isolamento como uma forma de constrangê-lo vão quebrar a cara. “Ele é uma ilha que parece um arquipélago”, diz um amigo do juiz.
Oléeeeeeeeee O embate entre os dois ministros do STF virou piada em grupos de advogados. O comentário geral era o de que, na briga entre Gilmar e Barroso, todos ficam com a briga.
Água na fervura Aliados do presidente Michel Temer no Congresso aconselharam o Planalto a aproveitar as próximas duas semanas para baixar a temperatura entre os parlamentares. A tese é a de que o governo deve evitar temas polêmicos até meados de novembro e estudar pauta positiva para emplacar.
Olheiro O médico Roberto Kalil Filho, que coordena o tratamento de Temer em SP, acompanhou à distância todo os procedimentos emergenciais adotados em Brasília na quarta (25), quando o presidente foi internado com uma obstrução urológica.
Satélite Uma médica da confiança de Kalil que estava em Brasília foi ao Hospital Militar para repassar informações a ele em tempo real.
Emplacou O prefeito de São Paulo, João Doria, encara hoje com seriedade a possibilidade de ser o vice de Geraldo Alckmin na eleição presidencial de 2018. Os dois formariam uma chapa puríssima: tucana e paulista.
Todos por um Ao tratar do assunto com pessoas próximas, Doria analisou que a aliança seria “estratégica” e que poderia catapultar o PSDB na eleição presidencial. Aliados de Alckmin têm dúvidas. Acham que o vice deveria ser de fora de São Paulo –e principalmente ter menos expressão nacional.
Em pauta Os dois tucanos voltarão a falar sobre o assunto nos próximos dias. A primeira menção a essa possibilidade aconteceu nesta semana e foi registrada na coluna de Mônica Bergamo, da Folha.
Dar as mãos O grupo do governador acredita que o partido terá uma definição sobre quem será o candidato ao Planalto até a convenção nacional do PSDB, em dezembro. Alckmin e Doria vão manter a agenda de viagens.
Foi Vereadores e deputados do PT em SP se reúnem na segunda (30) para selar a candidatura de Luiz Marinho ao governo do Estado.
Tucunaré Após a caravana por Minas, o ex-presidente Lula partirá, em novembro, para um giro pelo Norte. A ideia inicial era deixar a região para o início do ano que vem, mas o roteiro foi antecipado para evitar a temporada de cheias. A região Sul ficará para o início de 2018.
Visita à Folha Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), visitou a Folha nesta sexta-feira (27), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Teodomiro Braga, chefe de gabinete, e de José Edward Lima, superintendente de Jornalismo.
TIROTEIO
Ninguém vai colocar o dedinho lá para ficar marcado na véspera da eleição. A reforma da Previdência não tem condição de passar.
DO DEPUTADO PAULO PEREIRA DA SILVA (SD-SP), o Paulinho da Força, sobre a resistência da base de Michel Temer em aprovar mudanças na aposentadoria.
CONTRAPONTO
Isso explica tudo…
No dia 29 de agosto, o deputado que formatou a reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), participou de audiência da CPI que discute o tema no Senado. A sessão se desenrolou sob a batuta de Helio José (Pros-DF), relator do colegiado, e estava esvaziada.
— Nem sequer o presidente da CPI, que é autor do pedido de investigação, estava presente — contou Maia, referindo-se ao senador Paulo Paim (PT-RS).
— Aí o relator tentava, ao mesmo tempo, fazer o papel dele, o de presidente e o de plenário. Foi melancólico!– concluiu. Nesta semana, José apresentou relatório no qual afirma que não há déficit na Previdência.