Após impasses, governo Temer topa acordo e aceita deixar usina de Miranda sob controle da Cemig
Martelo batido O governo Michel Temer topou acordo proposto pela bancada de Minas Gerais para manter sob controle da Cemig uma das quatro hidrelétricas incluídas no leilão previsto para esta quarta (27), a usina de Miranda. O acerto prevê que a estatal pague pela renovação da concessão em 15 de dezembro. A empresa ainda busca uma carta fiança do Citibank para tentar manter outra das usinas que serão negociadas no leilão, a de Jaguara. Tem até esta terça (26) para apresentar os recursos.
Ver para crer Integrantes do Planalto que deram sinal verde para o acordo esperam que a Cemig, em contrapartida, tome “algumas iniciativas legais” — a estatal mineira questiona o leilão no Supremo. Apesar do acerto, ainda há desconfiança.
Arestas O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), um dos artífices do acordo, disse que haverá nesta terça (26) um encontro com o ministro Dias Toffoli, do STF, para tentar selar o entendimento. A retirada de Miranda do pacote do leilão precisaria ser homologada.
Rei do camarote Ramalho, aliás, aproveitou que tinha compromissos no Rio na sexta (22) e nesta segunda (25) para passar o fim de semana no Rock in Rio. “Na vida a gente também tem que ter alegria, né?”
Cada um em… Mesmo diante dos sinais de que a Câmara não permitirá a manobra, deputados da oposição vão trabalhar para que a denúncia contra Michel Temer e seus dois ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria de Governo), seja fatiada.
… seu quadrado A primeira ofensiva será para que a CCJ analise os casos separadamente, em relatórios distintos. Para isso, estudam entrar com um mandado de segurança no Supremo.
Fica a dica As seis maiores centrais sindicais do país organizam ação conjunta para barrar a retomada do debate sobre a reforma da Previdência no Congresso. O lema: “se votar, o Brasil vai parar”.
Quem com ferro fere O publicitário Lula Guimarães, que fez a campanha de João Doria à Prefeitura de São Paulo, fechou contrato para tocar a propaganda partidária do PSDB paulista, que irá ao ar em outubro. O governador Geraldo Alckmin já gravou sua participação.
Cheiro de slogan A peça apresentará a administração Alckmin sob um novo mote: “um exemplo de competência para o país”.
Vai vendo A ala dos cabeças pretas do PSDB passou a defender abertamente a manutenção de Tasso Jereissati (CE) na presidência do partido. O líder da bancada na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), afirma que ele é “o melhor nome para o momento”.
Benefícios Tripoli diz que “há a vantagem de Tasso não ser candidato ao Senado no ano que vem, o que dá a ele condições para conduzir a campanha presidencial”.
Padrinhos O senador começou a ganhar o respaldo da ala ligada a Alckmin após declarar que o governador é o melhor nome para 2018. Oficialmente, Tasso não se coloca como candidato à presidência do PSDB. Só o governador Marconi Perillo (GO) se apresentou para o posto. Doria, inclusive, apoia o goiano.
Escorpião O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) vai propor que os recursos para a criação do fundo eleitoral sejam retirados da cota parlamentar. A proposta é que cada um destine 30% do próprio subsídio mensal e 50% da verba indenizatória para bancar as campanhas.
Nas redes A CNI vai lançar um aplicativo para explicar as mudanças promovidas pela reforma trabalhista — as novas regras entram em vigor em novembro. A ferramenta, chamada “Conexão Trabalho”, vai oferecer comparações entre a legislação anterior e a aprovada neste ano.
TIROTEIO
A aura protetora do Santo parece proteger a todos os tucanos, e o seu manto segue encobrindo fatos que deveríamos descobrir.
DE LUIZ MARINHO, presidente do PT de São Paulo, sobre a decisão do MP estadual de rejeitar acordo que liberaria provas da Odebrecht contra políticos paulistas.
CONTRAPONTO
Crédito a perder de vista
Senadores revezaram os microfones da CPI do BNDES, na semana passada, para fazer perguntas a quatro técnicos que haviam sido convidados a depor. O presidente da comissão, Sergio Petecão (PSD-AC), chamou Roberto Rocha (MA), recém-filiado ao PSDB, para assumir os questionamentos aos depoentes.
— Quantas perguntas o senhor tem ao todo? — indagou Petecão.
— A média de umas 60 — respondeu Rocha.
— Sessenta?! — retrucou, em tom de espanto.
— Então, o senhor faz 30 e depois mais 30. Faça em duas parcelas!