Bolsonaro e Doria vão disputar atenções no Círio de Nazaré; a aliados, tucano diz ver chance para 2018

A prévia A maior procissão católica do país será palco para o primeiro teste de popularidade dos dois principais pré-candidatos ao Planalto identificados com o receituário da direita. Assim como o prefeito João Doria (PSDB), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vai desembarcar em outubro no Círio de Nazaré, em Belém. Ambos querem intensificar o ritmo de viagens. Já despido de remorso por rivalizar com Geraldo Alckmin, Doria disse a aliados que vê uma chance em 2018 —e não vai desperdiçá-la.

Fé na bala Foi o deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA) quem convidou Bolsonaro para ir ao Círio.

Pé na tábua Doria deixou claro a interlocutores que não pretende recuar da ofensiva para se viabilizar como candidato ao Planalto. Disse que fará os movimentos “com respeito e amizade a Alckmin”, mas fará. O grupo que o apoia definiu que março é o mês ideal para a realização de uma prévia no PSDB.

Vem todo mundo Arthur Virgílio (PSDB), prefeito de Manaus, telefonou a dirigentes tucanos na sexta (22). Afirmou que falava sério quando afirmou à revista “Veja” que deseja entrar na disputa pela Presidência. Suas pretensões ajudam Doria. Virgílio também defende prévias no próximo ano.

Pano para manga Aliados do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), dizem que ele deve buscar nas fileiras do centrão o relator da nova denúncia contra o presidente Michel Temer.


Sem a poderosa Anitta foi convidada a se juntar ao grupo de artistas do movimento “342 agora”, que milita pelo afastamento de Temer, mas não compareceu. Nomes que estão na linha de frente da mobilização creditam o desfalque à gravadora da popstar. Procuradas, nem a assessoria da cantora nem sua gravadora responderam.

Aos poucos Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, voltou a circular no Planalto. Ele levou um prefeito para uma audiência, mas não falou com o presidente.

Escapou? No memorial entregue pelo Trench Rossi Watanabe a autoridades sobre a controversa passagem de Marcello Miller pelo escritório consta que, questionado por sócios da banca sobre eventuais impedimentos, ele listou casos em que atuou como procurador, mas nada falou sobre a J&F.

Baixas O rumoroso episódio não ceifou apenas as vagas de Miller e da sócia que o levou ao Trench, Esther Flesch. Uma advogada mais jovem, considerada em ascensão na banca, deixou a área de compliance após a descoberta de que ela trabalhou na leniência da J&F, mas não informou o escritório sobre a atuação de Miller.

A fórceps Rodrigo Janot enviou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) no último dia de seu mandato à frente da Procuradoria-Geral da República a primeira denúncia da Lava Jato na corte. É contra o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP).

Explicai Negromonte tem foro no STJ por ser conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. Ele foi citado na delação de Alberto Youssef como destinatário de propinas no governo do PT. À época, negou as acusações.

Plano de guerra Renan Calheiros (PMDB-AL) decidiu passar o fim de semana em Brasília para articular a reforma política. O grupo de senadores ligados a ele trabalha para alterar a proposta do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que cria o fundo de financiamento eleitoral.

Não mexa Eles querem barrar trecho que prevê o direcionamento para campanhas de 50% do valor reservado para emendas de bancadas.

Como era antes Deputados que trabalharam pelo fim das coligações proporcionais querem que o Senado resgate o texto que previa a proibição já em 2018.


TIROTEIO

Temer acaba a semana sem seu advogado e acusado de dar uma facada nas costas do DEM. É o prenúncio de dias nada fáceis.

DO DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (PT-SP), sobre Antonio Cláudio Mariz de Oliveira ter deixado a defesa do presidente após a chegada da nova denúncia.


CONTRAPONTO

Marca registrada

Em evento do PT na quinta-feira (21), Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social, fez uma apresentação antes do discurso do ex-presidente Lula.

Escalada para falar sobre o risco de o Brasil voltar ao mapa da fome, a petista se posicionou ao lado do telão para apontar uma ilustração. Como a imagem estava pequena, pediu ajuda aos que operavam a projeção:

— Dá para aumentar? É só ali no clicar no canto! Ih, gente, ninguém sabe mexer no PowerPoint? — disse, em tom de brincadeira.

A plateia reagiu de imediato:

— O Dallagnol!