Amigo pessoal de Temer, Mariz vai deixar a defesa do presidente por ter atuado para Funaro

Painel

Passado que condena  Amigo pessoal e principal formulador da estratégia jurídica de Michel Temer, o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira deixará a linha de frente da defesa do presidente na Câmara. A decisão foi tomada às vésperas de a Casa receber nova denúncia contra o peemedebista. A acusação usa diversos trechos da delação de Lúcio Funaro, de quem Mariz já foi advogado, e cita pessoas físicas e jurídicas para as quais ele atuou. A mudança deve ser formalizada nesta sexta (22).

Sempre juntos O afastamento formal de Mariz foi negociado com Temer. O advogado indicará quatro nomes ao presidente para que ele escolha um substituto. No bastidor, permanecerá como conselheiro de confiança.

Vazamento seletivo O próprio Mariz é citado na delação de Funaro. O doleiro disse aos investigadores que, quando ainda era cliente do criminalista, enviou a ele por engano um e-mail com cotações de preços de escritórios que fazem delação. Depois disso, Geddel Vieira Lima teria indagado se ele pensava em se tornar colaborador.

Tudo de novo O governo vai pagar emendas impositivas aos parlamentares — o que é uma obrigação legal — para aliviar a pressão da base governista às vésperas da remessa da nova denúncia.

Saldo devedor Ministros já foram avisados de que, neste momento, não há dinheiro para atender a todas as emendas extraordinárias. A ordem é pagar o que foi combinado antes, mas avisar que nenhum pedido de última hora será atendido.

De fora Em reunião na quarta-feira (20), Aécio Neves (PSDB-MG) formalizou pedido ao presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para que nenhum deputado do PSDB seja escalado relator da nova queixa contra Temer. A sigla rachou na votação da primeira denúncia.


Orelha ardendo No jantar do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com oposicionistas, a sobremesa foi Romero Jucá (PMDB-RR).

Estreia O deputado Jair Bolsonaro ainda não confirmou sua filiação, mas será apresentado como candidato à Presidência pelo PEN, na próxima terça (26), durante propaganda partidária. A sigla exibirá pela primeira vez sua nova alcunha: Patriota.

Nacionalista “Motivado pela chegada de Jair Bolsonaro renovamos nosso compromisso e mudamos nosso nome de PEN para Patriota. Brasil acima de todos. É isso o que vai sustentar o nosso futuro!”, dirá o presidente da legenda, Adilson Barroso.

Cola na Gisele O ex-presidente Lula quer incluir a região da Renca (Reserva Mineral de Cobre e seus Associados) no roteiro de suas caravanas. Houve forte reação à tentativa de Temer de alterar a destinação da área. O tema foi discutido pelo PT nesta quinta-feira (21).

Figurino original Quem acompanhou a palestra do prefeito João Doria na sede do BNDES, nesta quinta (21), notou uma guinada em seu discurso. Os ataques a Lula e ao PT ficaram restritos ao final de sua fala, toda centrada em suas ações como “gestor”.

Não curtimos Deputados estaduais de São Paulo ficaram profundamente irritados com o aplicativo “Fiscaliza Cidadão”, lançado pelo presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), na quarta (20).

Afasta de mim O novo programa disponibilizará as placas dos veículos oficiais dos 94 deputados, a lista de funcionários e os gastos mensais de cada gabinete.

Visita à Folha Ronaldo Iabrudi, presidente do Grupo Pão de Açúcar, visitou a Folha nesta quinta-feira (21), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Eduardo Leonidas, diretor de Desenvolvimento Estratégico, e Roberta Bechelli, gerente de comunicação e imprensa.


TIROTEIO

Espero que desta vez os deputados tenham o bom senso de decidir que o esclarecimento dos fatos pelo STF é o melhor caminho.

DO DEPUTADO SÉRGIO ZVEITER (PODEMOS-RJ), autor do relatório favorável ao prosseguimento da primeira denúncia contra Temer, rejeitado pela Câmara.


CONTRAPONTO

Dupla Personalidade

Parlamentares se revezavam para falar ao microfone durante sessão da Câmara na quarta (20) quando o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) alertou para uma confusão no sistema que registrava os discursos.

— Meu nome constava ali no painel como orador, mas não era eu o orador. Sei porque sou eu aqui… Parece até programa humorístico de televisão, mas não é!

— É o carinho com vossa excelência! — brincou Fábio Ramalho (PMDB-MG), que presidia a sessão.

— É muito carinho. Até que o orador fez um bom discurso, mas deve ficar bem assinalado que, embora tenha sido registrado, eu não fiz aquela fala!