Escritório que contratou Miller e advogada que o levou para a banca viram alvo da OAB de SP

Painel

Efeito dominó A OAB de São Paulo decidiu apurar a participação da advogada Esther Flesch na contratação do ex-procurador Marcello Miller pelo Trench Rossi Watanabe. Ela, que levou o nome dele para a firma, é agora alvo de um processo sigiloso no Tribunal de Ética e Disciplina do órgão. O escritório também se tornou alvo de um procedimento na seção paulista da entidade, que quer esclarecimentos, documentos e informações sobre todos os profissionais que atuaram na admissão de Miller.

Sem fim O ex-procurador que está no centro da polêmica delação da J&F foi alvo de ação semelhante na OAB do Rio e teve o registro de advogado suspenso. Procurada, Flesch disse, em nota, que sempre se pautou “pelos mais altos padrões de ética e transparência”.

Sem fim 2 A assessoria do Trench Rossi Watanabe negou que o escritório seja alvo de procedimento. Na semana passada, a OAB recebeu documentos entregues voluntariamente pela banca.

Comecem os jogos A CPI da JBS definirá seu plano de trabalho nesta quarta (20). Relator da comissão, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) diz que o colegiado tem condições de encerrar as investigações sobre a atuação do MPF em até três meses.

Não custa tentar O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vai ao Supremo para tentar impedir que integrantes da Procuradoria sejam convidados a prestar depoimento na CPI da JBS.

Na hora certa O pedido para convocar o ex-presidente Lula à CPI do BNDES não passou, mas a oposição ao PT quer ressuscitá-lo após a ida de Guido Mantega.


Cheguei Antes de discursar, a nova procuradora-geral, Raquel Dodge, brincou que sua posse, nesta segunda (18), seria uma “passagem de bastão supersônica”.

Retiro Após deixar a chefia da PGR, Rodrigo Janot embarca para a Europa, na quinta (21), com a família. Vai passar 20 dias em viagem.

No laço Numa tentativa de evitar a debandada precoce de aliados, dirigentes do PT vão conversar com o PC do B sobre 2018. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirma que o partido aliado “faz uma avaliação errada” ao usar o depoimento de Antonio Palocci como régua sobre as chances de Lula.

Aguarde e confie “O depoimento do Palocci não tem nenhum valor jurídico. É recheado de mentiras, contradições e ausência de provas”, afirma. De acordo com ela, “a nova onda de ataques a Lula” resulta “em seu fortalecimento político e eleitoral”. O encontro entre as duas legendas será em outubro.

Com que roupa A decisão do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) de vestir o figurino de pré-candidato ao Planalto dividiu opiniões. Aliados dizem que, por mostrar que pretende faturar nas urnas os louros da melhora da economia, ele pode se tornar alvo de retaliação política e prejudicar a aprovação de medidas.

Radical livre Os maiores entusiastas da nova faceta de Meirelles estão no mercado financeiro. Ele tem sido estimulado por agentes com o discurso de que é bom ter um nome com perfil técnico posicionado na corrida eleitoral.

Vigiai Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisam que a relação dele com o governo de Michel Temer não vive sua melhor fase. Em conversa recente, Maia usou o termo “essa gente” para se referir a integrantes do Planalto.

Vigiai 2 O democrata, principal beneficiário de eventual queda do governo, voltou a se queixar de aliados que ele acredita que atuam para “envenenar” o presidente.

Visita à Folha O advogado criminalista Pierpaolo Bottini visitou a Folha nesta segunda-feira (18).


TIROTEIO

O único plano B que existe para 2018 é que a gente não sabe se o ex-presidente Lula vai enfrentar João Doria ou Geraldo Alckmin.

DO DEPUTADO SÍLVIO COSTA (PTdoB-PE), sobre legendas e setores da esquerda ligados ao PT buscarem alternativa a Lula, alvejado por denúncias, para 2018.


CONTRAPONTO

Tecla SAP

No lançamento da campanha contra o abuso sexual no transporte coletivo, dia 29 de agosto, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Dimas Mascaretti, teve dificuldades para apresentar o presidente da concessionária da Linha 4 do Metrô: Harald Peter Zwetkoff. Sem os óculos, titubeou ao tentar articular o nome. O mestre de cerimônia chegou a soprar a pronúncia no ouvido do desembargador, mas ele decidiu passar o microfone para o profissional fazer a leitura.

Solucionado o problema, quebrou o gelo:

— Vejam que o tribunal tem tradução simultânea! — brincou, arrancando risos da plateia.