PMDB avisa ao Planalto que não negocia mais com Antonio Imbassahy e inicia fritura do tucano

Painel

Na linha de tiro O PMDB elegeu um alvo para suas críticas à condução da articulação política no Planalto: o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), do PSDB. A atuação dele foi alvo de pesada censura durante almoço que contou com cerca de 15 peemedebistas, na quarta (23). Deputados da sigla dirão ao governo, na próxima semana, que não aceitarão mais dialogar com o tucano. A ofensiva fortalece grupo de dirigentes do centrão que cobra há semanas uma substituição na pasta.

Na prática Os peemedebistas reclamam que os ministérios destinados ao partido não têm capilaridade e estão com recursos contingenciados. Assim como o centrão, a sigla sonha com o comando do Ministério das Cidades, hoje sob a batuta do tucano Bruno Araújo.

Nem vem O presidente Michel Temer, porém, não dá nenhum sinal de que pretenda tocar em Imbassahy ou Araújo. Ele discutiu o descontentamento do próprio partido na manhã desta sexta (25) e montou um plano para atender as demandas.

Caravana passa Enquanto era fritado nas rodas de conversas de peemedebistas em Brasília, Imbassahy desembarcou em São Paulo, nesta sexta (25). Teve um encontro fora da agenda oficial com o prefeito João Doria. O assunto: a candidatura do PSDB ao Planalto em 2018.

Na fila Depois do PMDB e do DEM, o PRB fez acenos a Doria. Em recente troca de mensagens com o tucano, o ministro Marcos Pereira (Indústria) disse que caso ele “tenha dificuldades no PSDB, será bem-vindo” em sua sigla.

Colo de mãe Doria enfrenta a resistência de parte da cúpula do PSDB para ser o candidato do partido à Presidência em 2018. À mensagem enviada pelo ministro, um dos caciques do PRB, respondeu: “Gesto nobre”.

Ato inaugural Depois de perder seu último deputado na Câmara, o Partido da Mulher Brasileira (que sofre pela falta de mulheres entre seus quadros) ofereceu a legenda à advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, para que ela dispute a eleição ao Planalto.

Estou bem aqui Procurada, Janaína confirmou que houve um convite, mas disse não tem planos de se filiar a qualquer partido.

Estratégia Integrantes da base aliada afirmam que se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pautar a recriação da cláusula de barreira e o fim da coligação proporcional antes de submeter o distritão ao crivo do plenário, as chances de o novo sistema passar serão maiores.

Santa criatividade Na tentativa de encontrar um formato que agrade à maioria dos partidos, deputados propõem agora a criação de um modelo que misture o distritão e o distrital.

Jabuticaba As vagas de cada Estado seriam divididas ao meio: uma parte seria preenchida pelos mais votados nos distritos. A outra, pelos mais votados em geral.


Deus nos acuda Randolfe Rodrigues (REDE-AP) quer que a CNBB peça ao papa Francisco uma manifestação contra a decisão do presidente Michel Temer de ampliar a exploração mineral em área da Amazônia.

Prepara A cúpula da Fazenda está tensa com a ascensão de André Fufuca (PP-MA) à presidência da Câmara justo na semana em que a nova meta fiscal entrará em pauta. Com a viagem de Temer à China, Rodrigo Maia (DEM-RJ) assumirá o Planalto.

Copyright Durante o julgamento do ex-deputado Eduardo Cunha no Conselho de Ética, Fufuca foi acusado pela oposição de chamar o peemedebista de “papi” pelos corredores da Câmara. “Nessa Casa ninguém me viu cometer bajulice”, reagiu o maranhense, que classificou o termo como “afeminado”.


TIROTEIO

Espero que o recurso de Lula siga os parâmetros dos demais casos do tribunal e seja apreciado sem vinculação com o calendário político.

DE CRISTIANO ZANIN MARTINS, advogado do ex-presidente, sobre o processo em que Lula foi condenado ter sido o que mais rápido chegou à segunda instância.


CONTRAPONTO

O que nos separa

Alvo de um protesto que reuniu artistas e grupos de ativistas vinculados tanto à esquerda como à direita, Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, fez graça da situação. Nesta sexta (25), dia seguinte ao ato em defesa do juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, o ministro escreveu ao corregedor nacional de Justiça, João Otávio de Noronha, que atua no CNJ:

— A corregedoria poderia ter ajudado!

–Ajudado como? — respondeu Noronha.

— Corrigindo o português da faixa apresentada em apoio ao juiz! –encerrou Mendes.
O texto pró-Bretas tinha uma vírgula no lugar errado.