Para forçar saída de Tasso da presidência do PSDB nesta semana, tucanos ameaçam deixar a sigla

Fim da linha A ala do PSDB que defende o apoio ao governo Michel Temer vai partir para o tudo ou nada. Ela quer a saída de Tasso Jereissati (CE) da presidência interina da sigla até o fim desta semana. Diz que, se Aécio Neves (MG) não encontrar um substituto, o PSDB vai perder deputados. Entre os que ameaçam deixar a sigla estão quadros históricos e fundadores da legenda. O mineiro está licenciado da direção do partido desde o estouro do escândalo da JBS — e não quer retomar o posto agora.

Corda estourada O impasse no tucanato parece intransponível. A gota d’água foi a publicação de um cronograma das convenções do partido. Tasso tinha dito que só oficializaria o calendário após discussão com os vices-presidentes, mas fez o anúncio na sexta (18).

Tiro de advertência A ala anti-Tasso fará reunião na noite desta segunda (21), em Brasília, para comunicar Aécio sobre sua posição. Dois governadores foram chamados: Marconi Perillo (GO) e Reinaldo Azambuja (MS). Ao menos dez parlamentares estariam dispostos a sair se o cearense continuar no cargo.

Implodiu Com a sigla dividida, o grupo que apoia Tasso Jereissati também promete reagir a uma eventual deposição. Qualquer desfecho deixará uma fratura exposta.

A postos Tornou-se piada corrente na política paulista a afirmação de que expectativa de poder emagrece. Os alvos são Bruno Covas (PSDB), vice do prefeito João Doria, e Márcio França (PSB), vice de Geraldo Alckmin. Os dois exibem hoje silhuetas bem mais finas do que as habituais.

Treino Dia desses, elogiado pela nova forma, França respondeu que precisava estar “slim para enfrentar a campanha de 2018”.

Espere sentado Aliados do ministro Gilmar Mendes, do STF, apostam que ele não baixará a guarda diante das acusações de suspeição. Dizem que seu histórico sustenta as polêmicas decisões recentes e que ele vê um “caráter civilizatório” no embate com a Lava Jato.

Não serve mais Guilherme Boulos fez seminário sobre “conjuntura política e movimentos sociais” para um grupo de militantes de esquerda e sindicalistas, neste domingo (20), em SP. Falou em uma sala lotada de cartazes. Um deles identificava o ex-presidente Lula como um “velho ator” da política.

Quero passar A peça listava “Novos e velhos atores” nos campos da esquerda e da direita. Além de Lula, o nome de Aécio Neves estava inscrito entre os “velhos”. As novidades progressistas seriam o próprio Boulos e Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Do lado de lá Segundo a mesma lista, os novos representantes da direita seriam João Doria, Jair Bolsonaro, e os expoentes do MBL, Kim Kataguiri e Fernando Holiday.

Vai ter luta Depois de resistir em um dos principais cargos da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), André Luís Pereira Nunes, último remanescente do governo Dilma, caiu para cima.

O infiltrado Indicado inicialmente por Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), ele deixou o comando do Departamento de Destinação Patrimonial e assumiu posto de assessor especial do secretário.

A perder de vista Representantes de sindicatos ligados ao Ministério Público da União foram ao TCU fazer relatos sobre a cessão de policiais militares para órgãos como o MP do DF e a PGR.

A perder de vista 2 Os sindicalistas levaram documento com nomes de 21 PMs que estavam prestando serviços à Promotoria do DF. Eles poderiam continuar fora da corporação de origem, segundo o registro, até 2050.

Acabou-se O TCU determinou semana passada que 730 policiais do DF cedidos a outros órgãos deveriam retornar às funções originais.


TIROTEIO

Corrigir a decisão que determina a prisão em segunda instância faz justiça à tradição democrática do nosso direito e do STF.

DO CRIMINALISTA TÉCIO LINS E SILVA, sobre a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal rever entendimento que fixou em 2016 a respeito do assunto.


CONTRAPONTO

Há controvérsia!

Em sessão da comissão especial do Senado que investiga os maus-tratos infantis, dia 17, parlamentares discutiam o tema com especialistas em crimes cibernéticos.

Durante sua apresentação, Thiago Tavares, da ONG SaferNet, falou aos senadores sobre o chamado “fake news”, a disseminação de notícias falsas, fenômeno que se alastrou com a internet.

José Medeiros (PSD-MT), então, pediu a palavra:

— Há um boato de que o Palmeiras teve um título mundial de futebol. Acho que esse é um bom exemplo de ‘fake news’, não é?

— Dentre vários outros! — respondeu Tavares.