Centrão diz que PSDB é hipócrita e ameaça largar Temer se tucanos continuarem nos ministérios

Painel

Pede pra sair O programa do PSDB irritou não só a ala do partido que dá suporte a Michel Temer mas também outras siglas da base. A critica ao “presidencialismo de cooptação” ampliou a pressão do centrão para que o Planalto expurgue os tucanos. Líderes do grupo dizem que o presidente está refém de um partido que tem quatro ministros e, ainda assim, vai à TV jogar pedra no governo. O fecho do discurso é o aviso de que, sem resposta à altura, Temer deve rezar para não ser alvo de nova denúncia.

Vaza! Siglas como PRB, PP e PSD já enviaram seus recados ao Planalto. Em tom grave, dizem que o PSDB age de forma “cínica” e “hipócrita”.

Implosão Dentro do tucanato a repercussão do programa partidário também foi péssima. Desde o início da tarde desta quinta (17), ala do partido articulava solicitar o afastamento imediato de Tasso Jereissati (CE), responsável pela peça, da presidência da sigla.

Cara a tapa A frase “o programa não me representa” deu a tônica da maioria das falas do PSDB. O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) resumiu o sentimento da ala que apoia o governo. “Admitir erro é uma coisa, suicídio é outra.”

Passa adiante Publicitários que avaliaram a propaganda também desqualificaram o resultado. Com a profunda divisão que a peça gerou, um marqueteiro brincou que, se tivesse a conta do PSDB, cederia a próxima publicidade ao Médicos Sem Fronteiras para evitar mais problemas internos.

Oportunidade O PT vai ingressar com uma ação no Ministério Público contra o prefeito João Doria e sua extensa agenda de viagens a outros Estados. O partido vai pedir abertura de inquérito civil para apurar eventual prática de improbidade.

Desacelera Doria continuará com seu giro, mas vai reduzir o ritmo. Não repetirá o que fez nesta semana, quando se ausentou de SP três vezes — a conta inclui sua visita nesta sexta (18) ao Ceará.

Ovo da serpente A ministra Nancy Andrighi, do STJ, relatou a colegas que depois que votou para manter a condenação de Jair Bolsonaro por ofensas à deputada Maria do Rosário (PT-RS), na terça-feira (15), passou a receber uma série de ligações e e-mails com xingamentos.

Vai de táxi A Fazenda está monitorando funcionários que vêm usando carros de sua frota para fins particulares. Analisa agora o histórico de uma funcionária que ocupa cargo de chefia e usou um automóvel da pasta com motorista para levá-la, ao lado de familiares, do aeroporto para a sua casa, em Brasília.

Exemplar A conduta da servidora será objeto de investigação interna e ela poder ser punida por improbidade administrativa e transgressão disciplinar.

Sai dessa Aliados de Rodrigo Janot dizem que as queixas a respeito da demora no repasse de dados do Ministério Público Federal a Raquel Dodge são infundadas.

Sai dessa 2 O grupo alinhado a Janot afirma que o gabinete do atual procurador-geral prepara resumos de procedimentos que estão em aberto na Operação Lava Jato, inclusive apontando as colaborações que têm pendências, para entregar à Dodge, sucessora dele no órgão.

Para todos Assessores do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) estão revisando a agenda do petista para conseguir encaixar uma participação dele na caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste.

Parte que te cabe Haddad tem feito um périplo solitário por universidades, além de encontros com empresários, num cronograma que foi pactuado com Lula. Em recente conversa, o ex-presidente delegou ao aliado a missão de se firmar como o principal interlocutor do PT com a classe média.


TIROTEIO

Anunciar a volta do MDB ‘para ganhar as ruas’ deve ter sensibilizado filiados como Cunha, Cabral e Henrique Eduardo Alves.

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a decisão da direção do PMDB de voltar à nome anterior da sigla, mas com um novo slogan e marca.


CONTRAPONTO

O inferno são os outros

Durante debate na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado de projeto que criminaliza a alteração da meta fiscal prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias, semana passada, Cidinho Santos (PR-MT) pediu a palavra.

— Eu estava assistindo à sessão no gabinete… Há um debate muito salutar mas, como dizem, sempre se vê na oposição onde estão as pegadinhas… — iniciou.

— O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acabou me convencendo a pedir vistas. E não tinha vindo para fazer isso! — concluiu, levando o plenário às gargalhadas.

O petista rapidamente emendou:

— Não fui eu, senador. Foi a mão invisível do mercado!