Aliados de Alckmin encomendam pesquisa para medir impacto de viagens de Doria pelo país

Painel

Tudo às claras A disputa entre Geraldo Alckmin e João Doria já não é mais velada. Aliados do governador encomendaram pesquisas para medir o impacto das viagens do prefeito pelo país sobre sua popularidade na capital paulista. Num tiro de advertência, antes de fazer o discurso público, Alckmin disse a Doria que 2018 seria a “eleição da experiência”. O novato não recolheu as armas. Trabalha para ultrapassar 20% de intenções de voto para o Planalto. Quer engolir o padrinho pelos números.

Pingos nos is Pessoas próximas ao governador também analisam com lupa cada discurso feito por Doria em suas viagens pelo país. No Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, a tese é de que Doria começou a perder a simpatia do paulistano por estar fora da prefeitura.

Sem saída Alckmin acha que vai ter o apoio de toda a cúpula do PSDB, com quem Doria se indispôs em diversos momentos, para assegurar que será o escolhido para disputar a Presidência. Ele agora atua para minar o plano B do prefeito, que seria concorrer ao governo do Estado.

Já tenho João Doria não esconde nem de dirigentes de outras siglas que está em plena campanha. Em conversa recente, aconselhado a se concentrar na prefeitura para criar uma marca, apontou o Corujão da Saúde como um programa com projeção suficiente para ser vendido como o abre-alas de sua gestão.

Tiro no pé A prévia da propaganda partidária do PSDB elaborada sob a batuta de Tasso Jereissati (CE) implodiu a frágil trégua que reinava entre as lideranças da sigla. Exibida no site “Poder 360”, a peça condena o “presidencialismo de cooptação”. Houve forte reação no partido.

Vem comigo! Michel Temer tem feito rodadas de conversas com diretores de grupos de TV em busca de apoio à retomada da reforma da Previdência no Congresso.

Plim plim A agenda inclui reuniões com membros do SBT, da Record, da Band, da RedeTV! e da Globo.

Começar de novo A Procuradoria-Geral da República deu sinais de que avalia reabrir as negociações sobre a delação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Advogados do ex-deputado prometeram entregar um novo pacote de informações aos investigadores.

Tempo urge Cunha foi avisado de que, para que as coisas voltem a caminhar, precisa apresentar relatos inéditos até a próxima semana.

Papel passado A troca de mensagens oficiais sobre o auxílio moradia entre Raquel Dodge e o atual procurador-geral, Rodrigo Janot, explicitou o clima pouco amistoso que impera entre eles — e também entre suas equipes.

Voo cego Aliados de Dodge dizem que ela não tem recebido as informações que solicitou a Janot sobre a máquina da PGR e que a transição está minada por desconfianças de ambos os lados.

Ninguém mexe No acordo fechado para adiar a definição do valor do novo fundo que vai bancar as eleições, deputados exigiram que seja colocado na lei um artigo que impeça o contingenciamento do montante destinado às campanhas.

Depois a gente vê É consenso na Câmara que não será possível determinar um valor abaixo dos R$ 3,6 bilhões em discussão. Com a determinação de fixar o valor só na votação do Orçamento de 2018, os parlamentares querem apenas empurrar a polêmica para adiante.

Reality show Na reunião em que definiu mudar o nome do PMDB para MDB (Movimento Democrático Brasileiro), Romero Jucá avisou que lançará concurso para escolher a nova marca do partido. O vencedor levará R$ 30 mil.

Forma Um slogan também está em gestação. O favorito, por enquanto, é “MDB: Pelo Brasil. Sempre”.


TIROTEIO

A crítica dos queridos procuradores da Lava Jato é bem-vinda e nos ajudou a fechar um bom acordo para o voto do povo.

DO DEPUTADO MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ), sobre as críticas de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima à reforma política em discussão na Câmara.


CONTRAPONTO

Em causa própria

Integrantes da bancada de Minas no Senado e na Câmara decidiram debater o futuro da Cemig, a companhia energética do Estado, em um almoço no gabinete da vice-presidência da Câmara. O inquilino da sala é o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), famoso pelos banquetes que serve em dias de votações extensas. No fim da conversa, os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, do PSDB, disseram que gostariam de retribuir a refeição encomendando o famoso leitão à pururuca de Ramalho.

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), que passava pelo local, retrucou de imediato:

— Leitoa sim, Leitão jamais!