Funaro pede que Justiça de São Paulo proíba venda de empresas da J&F e bloqueie os bens do grupo
Pedra no caminho No momento em que o grupo J&F está se desfazendo de parte significativa de seus negócios, representantes do corretor Lúcio Funaro pediram que a Justiça de São Paulo proíba a venda de empresas e bloqueie todos os bens de firmas vinculadas ao conglomerado dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Funaro diz ter atuado em favor da Eldorado Celulose, da J&F, na obtenção de um empréstimo de R$ 940 milhões junto à Caixa, em 2012. Na ação, cobra R$ 44 milhões pelos serviços prestados.
Velho conhecido No centro da disputa está o empréstimo que, segundo delatores, teria servido de base para pagamento de propinas ao corretor e ao ex-deputado Eduardo Cunha. Funaro alega que prestou serviços lícitos à companhia.
Vão-se os anéis No processo, os advogados da firma de Funaro citam a recente política de venda de ativos da J&F e alegam que o bloqueio dos bens é necessário para garantir que haja dinheiro para pagar o valor que o corretor reivindica.
Invicta Esta não é a primeira vez que a J&F é alvo de uma tentativa de travar na Justiça a negociação de suas empresas. Todas as iniciativas anteriores foram revertidas pelo grupo, que concluiu nesta segunda (31) a venda de unidades na América Latina.
Longa data Funaro, preso pela Lava Jato, está finalizando as negociações para fechar delação premiada.
Livre escolha? Advogado de Aécio Neves (PSDB-MG), Alberto Toron diz que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “muda oportunisticamente” de posição ao pedir que o pedido de prisão do senador seja analisado pela Primeira Turma do STF.
Histórico “Em outras duas oportunidades, Janot havia se manifestado pela decisão no plenário da corte”, afirma.
Deixe-me O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, avisou a amigos que pretende tirar férias — vencidas há dois anos. Há tempos ele se queixa de cansaço. Ainda assim, discute o melhor momento para se ausentar com o ministro da Justiça.
Vice Daiello está à frente da PF há quase sete anos. É o segundo dirigente mais longevo da corporação — só um coronel nomeado durante a ditadura ficou mais tempo do que ele no cargo: 11 anos.
Pragmático Com discrição, para não melindrar os que querem frear projeções sobre o placar da denúncia contra o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que seria importante o Planalto obter 257 votos — a maioria simples da Câmara.
A quem importa Aliados do ministro dizem que um desempenho mais modesto poderia fomentar clima de desânimo entre investidores e agentes que viram com desconfiança a aprovação de desconto de 99% para empresas com dívidas federais.
Chama acesa O ministro Gilberto Kassab (Comunicações) disse, neste fim de semana, que caso a economia “continue a dar sinais de recuperação”, vê “com naturalidade” a candidatura de Meirelles, que é seu correligionário, à Presidência em 2018.
Como música Mantendo-se distante do embate sobre a denúncia, o governador Geraldo Alckmin defendeu as reformas e condenou a invasão de terras em discurso ao Conselho Superior do Agronegócio, na Fiesp.
Só pensa naquilo Após a fala, um dirigente do grupo disse que, se antes Alckmin sempre exibia seus feitos em um mapa de SP, agora carrega mapas do Brasil.
Visita à Folha Rafael Paniagua, presidente da ABB (Asea Brown Boveri) no Brasil, visitou a Folha nesta segunda-feira (31). Estava acompanhado de Adriana Recco, gerente de comunicação, e Adélia Chagas, assessora de imprensa.
TIROTEIO
Nova façanha de Temer: põe meio milhão de famílias à espera do Bolsa Família e leva o Brasil rapidamente de volta ao mapa da fome.
DO DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (PT-SP), sobre reportagem do ‘Valor’ que mostrou o aumento da demanda pelo programa em meio à crise econômica.
CONTRAPONTO
Vergonha alheia
Ao ser informado de que o deputado Wladimir Costa (SD-PA) havia feito uma tatuagem em homenagem a Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ligou nesta segunda-feira (31) para o presidente do partido do parlamentar, Paulinho da Força (SD-SP).
Tentando disfarçar a preocupação com a possibilidade de o Costa tirar a camisa e mostrar o desenho na hora de votar a denúncia na quarta (2), Maia brincou:
— Paulinho, só para saber: você não está distribuindo tinta para os deputados, não, né? — perguntou, entre volumosas gargalhadas.
O sindicalista apenas riu e mudou de assunto.